O ex-futebolista francês Lilian Thuram defendeu que a erradicação do racismo no desporto só poderá acontecer através de uma educação, em idade escolar, com forte sentido social numa ótica de total igualdade entre o Ser humano.
O antigo campeão do mundo e da Europa, que regressa a França esta sexta-feira, sublinhou, durante uma conferência realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, que «o racismo está no mesmo patamar que o sexismo ou a homofobia», porque estes advêm um ato cultural «imposto» pela sociedade.
«A hierarquia segundo a cor da pele acabou há relativamente pouco tempo. Há pessoas que pensam que a cor da pele pode determinar o destino dos outros. É necessário educar para que as crianças vejam as coisas de outra forma. E porquê as crianças? Porque elas têm menos preconceitos», realçou o rosto da fundação com o seu próprio nome.
Para o defesa gaulês, natural da Guadalupe, antiga colónia francesa, este é claramente o caminho para acabar com o racismo nos recintos desportivo uma vez que este praticamente não existe entre os praticantes, nomeadamente entre os futebolistas.
«É raro haver racismo no futebol. Quando se está no desporto aprende-se a lidar com o próximo, a conhecê-lo. É claro que o jogador é um modelo para a sociedade e por isso há que, aos poucos, porque tudo demora o seu tempo, acabar com esta barreira do racismo. A UEFA e a FIFA têm os mecanismos necessários e aplicam as sanções justas», enfatizou.
Com o destino cruzado com portugueses, uma vez que Thuram deu os primeiros pontapés numa bola no clube Portugal Fontainebleau, nos arredores de Paris, o futebolista considera desnecessária a discussão em torno de Cristiano Ronaldo ou Messi com os «melhores do mundo».
«Importante não é dizer quem é o melhor do mundo porque isso cria divisão. São futebolistas com características diferente um do outro e são sem dúvida dois excelentes jogadores», defendeu.
A sessão, que contou com a presença do presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de futebol, Joaquim Evangelista, e do antigo internacional português Abel Xavier, que lutam contra o racismo no desporto em Portugal "reacendeu" o jogo entre a "equipa das quinas" e a França, no Campeonato da Europa de 2000, onde Portugal saiu derrotado (2-1) através de uma grande penalidade após mão do antigo médio.
«Não se pode dizer que Abel Xavier deu uma 'mãozinha' à vitória da França. O jogo não se pode resumir a esse lance. É um facto que foi decidido por detalhes e infelizmente para Portugal a França acabou por ganhar», concluiu. 

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