O Governo francês espera arrecadar, entre os futebolistas, 45 milhões de euros com o novo imposto sobre rendimentos superiores a um milhão, mas está disposto a negociar «soluções» devido às «dificuldades económicas» dos clubes.

Em entrevista ao diário desportivo L’Equipe, o ministro francês das Finanças, Pierre Moscovici, desmentiu os valores estimados pela Liga Francesa de Futebol (LFF), que tinha avançado com uma despesa de 80 milhões de euros com o novo imposto, valores que ameaçavam a competitividade do campeonato.

Nesta entrevista, Moscovici admitiu alguns reajustes particulares ao futebol, mas lembrou que a medida está limitada a um período de dois anos.

«Este imposto [75 por cento sobre os rendimentos superiores a um milhão de euros] é um esforço pedido por um prazo limitado e surge na linha do esforço que todos temos de fazer para recuperar o país», justificou o ministro.

No que respeita, em particular, ao futebol, Moscovici admtiu existir «uma situação específica nos clubes de futebol, relativamente à massa salarial e às suas dificuldades financeiras», pelo que defende a necessidade de «dialogar para encontrar soluções».

O ministro quer também encontrar soluções para a situação do Mónaco, novo clube de João Moutinho e Ricardo Carvalho, que está a ser pressionado pela LFF para transferir a sede para França e deixar de beneficiar das vantagens fiscais do principado.

Pierre Moscovici recordou que o Mónaco está incorporado nas competições francesas de futebol desde 1993 e que o Governo «não tem nenhuma intenção em interromper esta relação».

Mesmo assim, admitiu que «tem de haver uma igualdade de tratamento», mostrando-se confiante que as entidades desportivas cheguem a um compromisso.