O AS Mónaco manifestou hoje a sua "estupefação" com a ameaça de rompimento do acordo que permite ao clube continuar a jogar na I Liga francesa de futebol, protagonizada por sete clubes das duas principais divisões gaulesas.

Em causa está um acordo celebrado entre o Mónaco e a Liga de Futebol Profissional francesa (LFP) que permitiu ao clube continuar no campeonato gaulês e manter a sede fiscal no principado, que tem um regime de impostos mais atrativo, mediante o pagamento de 50 milhões de euros.

O acordo está a ser posto em causa por alguns clubes franceses, designadamente o Bordéus, que vai interpor uma ação judicial para tentar anulá-lo, de modo a travar a desigualdade de tratamento fiscal em favor do clube monegasco.

"A nossa primeira reação é de espanto", reagiu o Mónaco, em comunicado, recordando que o acordo com a LFP foi celebrado "dentro do quadro legal" e aprovado por "larga maioria" (16 votos).

O clube monegasco mostra-se surpreendido pela tentativa de denúncia do acordo uns dias depois de ter sido celebrado.

"Nós só podemos expressar a nossa estupefação pela tentativa de denúncia deste acordo apenas alguns dias depois", refere o texto hoje divulgado.

Além do Bordéus, subscrevem a ação judicial clubes como o Caen, o Lille, o Lorient, o Marselha, o Montpellier e o Paris Saint-Germain.

“Surpreendidos pelo caráter precipitado e pouco transparente desse acordo, que ignora vários princípios de direito, o Bordéus, o Caen, o Lille, o Lorient, o Marselha, o Montpellier e o Paris Saint-Germain decidiram interpor uma ação contenciosa”, começa por dizer o comunicado do Bórdeus.

O clube acrescenta que o objetivo desta ação é anular o acordo em questão e permitir que se encontre uma solução que “interesse a todas as partes e que seja encontrada equidade desportiva”.

O Mónaco beneficia de um regime fiscal mais favorável, quando comparado com aquele que é praticado em França, proporcionando custos operacionais mais baixos para o clube do multimilionário russo Dmitry Rybolovlev.

O clube monegasco ficou, além disso, fora do âmbito da aplicação do polémico imposto avançado pelo governo francês que aplica cobra 75 por cento aos ganhos a partir de um milhão de euros, ao qual os restantes clubes franceses estão submetidos.