O combate por uma repartição mais equitativa das receitas dos direitos televisivos em França provocou hoje uma divisão entre os clubes de futebol franceses, que se traduziu na reeleição falhada do Conselho de Administração da Liga profissional.

Os maiores clubes franceses, com o Paris Saint-Germain (PSG), o Lyon, o Marselha e o Mónaco à cabeça, e alguns pequenos, como o Rennes e o Lorient, estão em guerra declarada pelos direitos televisivos, a sua principal fonte de receita.

Essa guerra levou a que hoje não tivesse sido obtido 'quórum' na escolha dos oito lugares do Conselho de Administração da Liga Profissional, o que deixa o organismo a funcionar interinamente.

“Os pequenos e os grandes clubes têm razão em querer uma nova repartição dos direitos televisivos e exigir um pouco mais dinheiro”, disse o presidente da Federação Francesa de Futebol, Noel Le Graet, em declarações publicadas hoje no jornal “L’Équipe”.

Le Graet, que reconheceu ter assumido um papel de mediação para “acalmar os ânimos” dos clubes, lamentou a divisão que se instalou entre estes e sugeriu para que “trabalhassem juntos” para melhorar o nível do futebol francês, cujo quinto lugar no ‘ranking’ da UEFA está em risco.

Em França, os direitos televisivos correspondem a uma receita que ronda os 750 milhões de euros, muito longe do campeonato inglês, em que ascendem a 2 mil milhões, do espanhol, cerca de 1,3 mil milhões, do alemão, perto de 1,1 mil milhões e do italiano, a rondar 940 milhões.