O jovem treinador de futebol português André Villas-Boas viveu um primeiro meio ano difícil ao comando do Chelsea, depois de uma gloriosa temporada ao serviço do FC Porto, que levou à conquista da Liga Europa.

Apresentado a 29 de junho, como substituto do italiano Carlo Ancelotti, o técnico luso já disse adeus ao título inglês, mas ainda segue na Liga dos Campeões, sendo que, pelo meio, tem, a pulso, renovado uma equipa envelhecida.

Mais de quatro anos após o adeus de José Mourinho, o Chelsea ainda tem hoje a mesma base, sendo que jogadores como Lampard, Terry, Drogba, Ashley Cole, Malouda, Anelka, Essien ou Paulo Ferreira já não estão, propriamente, no auge.

Sem roturas explosivas, Villas-Boas tem, porém, imposto as suas ideias e renovado a equipa, agora frequentemente com Oriol Romeu (20 anos), Daniel Sturridge (22), Mata (23) ou os ex-benfiquistas David Luiz (24) e Ramires (24).

Numa época que parece de transição, o Chelsea só pode sonhar com o último lugar do pódio da Liga inglesa, numa luta que não se prevê fácil, face a Tottenham, Arsenal e Liverpool. Quanto ao título... vai para Manchester.

Os “blues” até começaram bem, com seis triunfos nas primeiras oito jornadas, mas, depois, não aguentaram a “pedalada” de United e City, que, após 18 rondas, estão igualados na frente, com 45 pontos. O Chelsea conta 34.

Ao contrário dos rivais de Manchester, e como o Arsenal, o conjunto de Villas-Boas logrou, porém, o apuramento para os oitavos de final da “Champions” e tudo é possível: para já, o Nápoles é o próximo obstáculo e os londrinos são favoritos.

Na fase de grupos, o Chelsea venceu o Grupo E, com mais um ponto do que o Bayer Leverkusen e três em relação ao Valência, que venceu por 3-0 no último e decisivo embate, em Stamford Bridge, relegando os espanhóis para a Liga Europa.

Em relação à Taça da Liga inglesa, a outra competição em que já participou, o Chelsea ainda passou duas rondas, mas, com uma equipa secundária, caiu na receção ao Liverpool (0-2), nos quartos de final.

No total, André Villas-Boas soma pouco mais de 50 por cento de vitórias (14 em 27 jogos), aos quais junta sete empates e já seis derrotas: a época passada, ao comando do FC Porto, só perdeu quatro vezes, em 58 encontros.

Em comparação com os primeiros 27 jogos da “era” Mourinho, técnico que acompanhou em Stamford Bridge, o jovem treinador luso perde claramente, pois o atual líder do Real Madrid somava então 20 vitórias, cinco empates e duas derrotas.

Mais que os números, o Chelsea liderava a Liga inglesa de 2004/2005, com 43 pontos, contra 38 do Arsenal (segundo classificado), após 18 jogos, e estava também nos “oitavos” da “Champions” e ainda nas “meias” da Taça da Liga.

Villas-Boas não tem tarefa fácil, mas ainda tem muito a ganhar em 2011/2012, como o Chelsea com ele, assim o milionário russo Roman Abramovich tenha paciência...