A Federação Inglesa de Futebol (FA) acusou hoje John Terry de ofensas raciais, duas semanas depois de o capitão do Chelsea ter sido ilibado por um tribunal de Londres das acusações de racismo contra Anton Ferdinand.

A FA explicou que teve em conta as provas do julgamento antes de acusar Terry de comportamento racista, por alegados insultos ao seu compatriota Anton Ferdinand, defesa do Queens Park Rangers.

Em comunicado, a federação considerou, depois de rever o caso, que o antigo capitão da seleção inglesa «incluiu uma referência à origem étnica e/ou à cor de Anton Ferdinand».

O processo foi suspenso enquanto decorreram as investigações policiais, que terminaram com a absolvição de Terry das acusações de ofensa à ordem pública agravada por racismo durante a confrontação com o defesa do Queens Park Rangers, num jogo do campeonato inglês realizado a 23 de outubro de 2011.

Terry, de 31 anos, sempre reclamou inocência, alegando que se limitou a responder a Ferdinand, repetindo de forma sarcástica os mesmos insultos que o jogador do Queens Parks Rangers lhe dirigiu.

«É altamente improvável que o senhor Ferdinand tenha chamado ao senhor Terry preto. No entanto, aceito que é possível que o senhor Terry tenha acreditado - e ainda acredite – que tal acusação tenha sido proferida», escreveu o juiz Howard Riddle na sentença, lida a 13 de julho.

Riddle aceitou a tese da defesa, segundo a qual Terry terá confundido o nome “Bridge” com a expressão “black” (preto), uma referência de Ferdinand à alegada relação extraconjugal com a antiga namorada do futebolista Wayne Bridge.

O defesa central do Chelsea incorria numa multa no valor máximo de 2.500 libras (3.150 euros) se fosse considerado culpado das acusações de ofensa à ordem pública agravada.

Terry, que perdeu a braçadeira de “capitão” da seleção inglesa pouco tempo antes do início do Euro2012 devido ao caso, tem até 03 de agosto para responder à acusação.