O ex-treinador do Manchester United David Moyes considerou esta quarta-feira que se empenhou totalmente na "necessária" reconstrução da equipa principal de futebol, mas que não conseguiu produzir, "ao mesmo tempo", os resultados positivos que os adeptos exigem.
“Estivemos completamente focados e empenhados no processo de reconstrução – a partir das bases – que a equipa principal necessita. E tínhamos de o fazer, conseguindo ao mesmo tempo resultados positivos na Premier League e na Liga dos Campeões. No entanto, durante este período de transição, as exibições e os resultados não foram os que o Manchester United e os seus adeptos esperam e estão habituados. Eu percebo e partilho a sua frustração", considerou hoje em comunicado o técnico escocês, de 50 anos.
Na terça-feira, o Manchester United anunciou a dispensa de Moyes, dez meses depois de ter assumido o comando técnico, ocupando o lugar que durante 26 anos foi de Alex Ferguson.
"Assumir o cargo depois de um tão longo e contínuo período de estabilidade e êxito seria inevitavelmente um grande desafio, mas nunca tive dúvidas sobre aceitá-lo”, explicou Moyes, acrescentando que “a dimensão do trabalho de um treinador do Manchester United é enorme".
No comunicado, Moyes agradeceu aos fãs que o apoiaram e "a lealdade" da sua equipa técnica, a confiança depositada em si pela direção do clube e por Sir Alex Ferguson - que apostou nele para sucessor - e até agradeceu ao "staff" do clube, mas não dedica qualquer referência aos jogadores que orientou durante quase um ano.
"Fico orgulhoso por ter guiado a equipa aos quartos de final da Liga dos Campeões deste ano e fico agradecido a Sir Alex Ferguson por ter acreditado nas minhas aptidões e me ter dado a oportunidade de treinar o Manchester United", conclui Moyes.
Moyes deixa os ainda os campeões ingleses num modesto sétimo lugar no campeonato. Já foram afastados das outras competições internas, e despediram-se da Liga dos Campeões nos quartos de final, ao serem derrotados pelos alemães do Bayern Munique.
Pela primeira vez, desde 1990, o Manchester United pode não participar nas competições europeias, tendo ainda uma escassa hipótese de chegar à Liga Europa.