Eva Carneiro, médica que deixou o Chelsea em rutura com José Mourinho, queixou-se hoje de não ter sido ouvida pela Federação Inglesa de futebol (FA) no processo sobre a desavença pública com o treinador dos ‘blues’.

"Não fui em nenhuma altura chamada pela FA para fazer um depoimento. Pergunto que esta será a única investigação formal neste país em que os factos apresentados pelos envolvidos não foram considerados relevantes”, escreveu a médica, num comunicado.

A médica diz que “optar por ignorar alguns dos factos influencia de certeza as conclusões”.

Na quarta-feira, José Mourinho acabou por ser ilibado no processo, em que era investigado uma eventual utilização de “linguagem discriminatória” para com Eva Carneiro.

Heather Rabbatts, conselheira independente e chefe do conselho consultivo de inclusão da federação, também disse publicamente que tinha "grandes preocupações" sobre a forma como a federação conduziu o processo disciplinar.

José Mourinho criticou Eva Carneiro quando esta entrou em campo na ronda inaugural do campeonato para assistir o belga Eden Hazard, a pedido do árbitro Michael Oliver, já perto do termo do encontro com o Swansea, que terminou com uma igualdade a 2-2.

As imagens do incidente transmitido pela Sky Sports mostram o treinador português agastado com a situação e a trocar algumas palavras com Eva Carneiro quando esta regressou ao banco.

A FA consultou um “académico especialista em português” para averiguar o que Mourinho tinha dito a Eva Carneiro e afirmou que estão “satisfeitos de que as palavras usadas não constituem um ato discriminatório de acordo com as regras” do organismo.

A 23 de setembro, a Associação Britânica de Médicos de Futebol anunciou que a médica tinha deixado o clube e ponderava agir judicialmente contra o Chelsea.