Rio Ferdinand passou por momentos muito difíceis que o levaram a deixar o futebol. A morte da mulher Rebecca, então com 34 anos, no início de fevereiro de 2015, vítima de cancro, deixou o antigo defesa central de rastos. Rio Ferdinand falou do drama da sua vida num documentário que a BBC vai emitir esta terça-feira com o título: 'Rio Ferdinand: Being Mum and Dad' [Rio Ferdinand, ser pai e mãe]`.

"Ninguém está preparado para uma perda como aquela. Antes de morrer, ela disse-me que seria um pai e uma mãe magníficos. Rebecca partiu 10 semanas depois de lhe terem diagnosticado o cancro. Ao princípio bebia muito depois de deitar os miúdos [são três], até que um dia ao acordar vi que não os conseguia levar ao colégio. Até tive um acidente. Percebi que não podia continuar assim. Preciso de ajuda", recordou.

No documentário, o antigo defesa do Manchester United contou como se sentia perdido e insignificante, até nas coisas mais básicas, como marcar uma consulta.

"Como é que marco consulta no médico? Sempre fui ao médico do clube. Não fazia ideia", recordou, dando outro exemplo: "A Rebecca fazia a cama deles de determinada forma, e quando eles me diziam isso, sentia-me quase insignificante. Pensava: ‘O quer que eu faça, nunca vai ser suficiente’", contou.

Entre os vários momentos dolorosos, o antigo internacional inglês recorda um em específico que o deixou sem resposta. Um dia, quando saiam do Hospital, um dos três filhos perguntou o que era o quadro com muitos papéis e fotografias afixados na parede.

"São cartões de agradecimento dos doentes e das famílias deixados aos médicos e enfermeiras por terem ajudado a mãe, o pai ou outro parente que aqui esteve internado", conta Rio Ferdinand.

"Ele respondeu: ‘Bem, eles não ajudaram a minha mãe’, virou as costas e foi-se embora", recorda o antigo jogador.

Rio Ferdinand teve três filhos com Rebecca: Lorenz, de nove anos, Tate, de seis anos, e Tia, de quatro anos.