As autoridades tributárias de Madrid apresentaram uma queixa contra José Mourinho, acusando o treinador português de lesar o Fisco em 3,3 milhões de euros. De acordo com o jornal espanhol 'As', a queixa apresentada a uma instância judicial de Alarcón refere-se aos impostos sobre os rendimentos obtidos nos anos 2011 e 2012, altura em que treinou o Real Madrid.
Dos 3,3 milhões de euros em causa, 1,61 milhões dizem respeito ao ano de 2011 e 1,69 milhões de euros a 2012.
Segundo o Fisco espanhol, citado pelo jornal 'El País', o treinador serviu-se de uma sociedade "com o objetivo de tornar fisicamente opacos os benefícios provenientes dos seus direitos de imagem". Em 23 de julho de 2014, o Fisco espanhol informou Mourinho de que as suas declarações de rendimentos estavam a ser investigadas.
Recorde-se que na semana passada, Cristiano Ronaldo foi acusado de fraude fiscal no valor de 14,7 milhões de euros em impostos. Também esta terça-feira foi noticiado que o internacional português terá de se apresentar a tribunal no dia 31 de julho.
A estrutura utilizada por Mourinho, refere a imprensa espanhola, é bastante semelhante à de Ronaldo, envolvendo empresas na Irlanda e nas Ilhas Virgens Britânicas.
No centro da investigação estará a Koper Services, sociedade que terá sido criada pelo treinador do Manchester United e por ele detida, e que está sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, à qual o técnico cedeu os seus direitos de imagem.
A data da cedência não é determinada, mas os inspetores do fisco estimam que tenha acontecido antes de 17 de Setembro de 2004. Nesse mesmo dia, Mourinho terá assinado novo contrato para transmissão desses direitos da Koper para a irlandesa Multisports & Image Management Limited, detida pelo empresário Jorge Mendes.
Quatro anos depois, a 22 de Dezembro de 2008, a Multisports assinou um contrato com a Polaris Sports Limited, também do superagente, um contrato de representação para negociação de parcerias comerciais.
Dois anos volvidos, Mourinho chega ao Real Madrid (a 31 de março de 2010) e passa a ter o seu domicílio fiscal em Espanha. Apesar de ter prestado contas em 2011 e 2012 dos seus rendimentos, não terá declarado os que estavam associados aos direitos de imagem "com o objetivo de obter um benefício ilícito", acusa o Fisco espanhol, com as autoridades a apurarem que não tinham sido declarados rendimentos de 3,25 milhões de euros em 2011 e 2,8 milhões em 2012.
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