A ministra do Interior italiana, Annamaria Cancellieri, apelou hoje que sejam tomadas medidas «mais incisivas» no futebol contra os adeptos racistas.
Cancellieri reagiu hoje, passado uma semana, ao facto do médio do AC Milan Kevin-Prince Boateng ter deixado o relvado após ouvir gritos racistas por parte de adeptos durante um jogo particular, que acabou interrompido dado que os companheiros de equipa também abandonaram o campo.
Para Annamaria Cancellieri a posição de Boateng foi um «bom gesto», mas a responsável declarou hoje à Rádio 24 que «uma estratégia global» deveria ser colocada em prática para evitar que os jogos sejam decididos por uma «minoria de racistas».
A ministra do Interior sugeriu também que se «um pequeno grupo de adeptos» entoar palavras racistas, o jogo «não deve ser interrompido» mas as pessoas implicadas devem ser «duramente sancionadas e expulsas dos estádios».
«Se, todavia, o fenómeno é mais importante, o jogo deve ser interrompido», acrescentou, sugerindo que as autoridades devem decidir a eventual suspensão do jogo.
Sábado, em Roma, vários adeptos da Lázio gritaram, imitando macacos, em direção ao avançado colombiano do Cagliari Victor Ibarbo. No entanto, a maioria dos espetadores assobiaram e gritaram de forma a cobrir os sons racistas.
Já o presidente da FIFA, o suíço Joseph Blatter, considerou, domingo, que Boateng não devia ter reagido saindo do campo.
«Deixar o relvado? Não acredito que seja a melhor solução. É um problema delicado, mas respeito-o, não haverá nenhuma tolerância para o racismo nos estádios», declarou.