A derrota do Benfica frente ao Chelsea na final da Liga Europa de futebol deixou várias dezenas de adeptos na capital moçambicana em estado de incredulidade, a prepararem-se psicologicamente para uma «ressaca a dobrar».

Ainda a final da Liga Europa estava longe de começa e já grande parte das mesas das esplanadas de Maputo se encontravam "reservadas", registando-se durante o dia de hoje uma verdadeira corrida de benfiquistas aos melhores lugares para se assistir ao jogo, que terminou com vitória dos ingleses (2-1).

Num imaginário eixo "encarnado" que se estendia por mais de 13 mil quilómetros, ligando Amesterdão a Maputo, os adeptos benfiquistas mostravam-se, ao início da partida, confiantes no sucesso do Benfica, na queda da "maldição" de Bela Guttmann, e no restaurar da dignidade do clube lisboeta, depois da recente derrota frente ao FC Porto (2-1).

«Se o Benfica ganhar hoje vai anular a derrota contra o Porto, se não, vai ser brutal», manifestou à agência Lusa Lúcio Rebeca.

Num reconhecido restaurante de Maputo, que à semelhança de vários outros espaços se encontrava praticamente sem cadeiras vagas, uma plateia composta por cerca de três dezenas de pessoas assistiu, entre pratos de petiscos e vários copos de cerveja, com serenidade à primeira metade do encontro.

«Acho que o Benfica está ter problemas de finalização nas jogadas, mas está a dominar o encontro. No entanto, apesar de estar calmo, o Chelsea pode surpreender», augurava António da Silva.

Trajando ostensivamente uma camisola do clube português, mas rodeado por dois amigos sportinguistas, também Lúcio Rebeca via com apreensão a prestação do Benfica.

«Está [o Benfica] a dominar, mas falta concretização. O Chelsea pode entrar forte e vencer», temia.

«Até agora, a melhor oportunidade foi do Chelsea. Os ingleses têm mais oportunidades de ganhar, porque são mais pragmáticos», sentenciava Daniel Costa, companheiro de mesa de Lúcio.

De volta ao relvado do ArenA de Amesterdão para uma segunda parte bastante mais agitadora, Benfica e Chelsea digladiaram-se, até ao momento em que o espanhol Fernando Torres marcou o primeiro golo do jogo a favor da equipa londrina, estampando na pequena plateia do restaurante as primeiras impressões do desaire.

«Se o Benfica perder hoje vai ser uma ressaca a dobrar», atirava Lúcio Rebeca.

Alguns minutos depois, é marcado um penálti a favor do Benfica. Cardozo marcou e restaurou a confiança dos adeptos benfiquistas, mas apenas por mais alguns momentos.

Com as duas equipas empatadas, e o tempo de jogo a esgotar-se, ansiava-se pelo apito para prolongamento, e uma nova oportunidade para o Benfica que não chega a concretizar-se, porque, aos 93 minutos, Branislav Ivanovic, de cabeça, marou o fatídico segundo golo do Chelsea.

«Outra vez depois dos 90», ouve-se alguém gritar.