Os Paços do Município de Maputo foram enchendo aos poucos para o último adeus a Mário Esteves Coluna. Ao som de cânticos da pátria moçambicana, o Salão Nobre foi recebendo desde as 8h30 locais várias personalidades, como Joaquim Chissano, antigo presidente, o treinador da seleção moçambicana de basquetebol feminino, Nazir Salé, ou o antigo selecionador de futebol, o holandês Gert Engels.
A cerimónia de homenagem começou com o testemunho de Luísa, a representante da família de Mário Coluna, em que, com saudades, agradeceu às instituições a que o ‘Monstro Sagrado’ esteve ligado. Os representantes dos clubes por onde Coluna passou também tiveram o seu tempo de antena, já que o trabalho do antigo futebolista acabou por ter sucesso também enquanto treinador.
Ao longo das duas horas de homenagem, foi esperada com alguma expetativa a presença tanto da comitiva do Sport Lisboa e Benfica, como da Presidência. A passagem por terras portuguesas foi assinada por Humberto Coelho, representante da Federação Portuguesa de Futebol, que recordou um estágio em Oeiras, Portugal, em que houve um terramoto e o ‘Senhor Coluna’ não se apercebeu e continuou a descansar. Esse humor, por um lado, e a serenidade, por outro, foram destacados também por Luis Filipe Vieira: ‘Dizem-nos que as pessoas nascem todas iguais, mas isso não é verdade. Coluna nasceu melhor e ainda bem’.
O velório foi encerrado por Armando Guebuza, o presidente moçambicano: ‘Ao longo da sua trajetória sempre soube primar pela excelência. Mário Coluna foi sempre um grande senhor, um senhor de futebol, de grande estima e respeito, dentro e fora das quatro linhas. Um desportista e patriota.’
O Presidente reforçou ainda o facto de Mário Esteves Coluna nunca ter renegado à sua pátria e logo após a independência de Moçambique, voltou para ajudar o seu país. Além disso, o actual presidente da Frelimo, partido no poder, lembrou inclusive momentos em que Coluna desafiou a PIDE.
A sessão acabou no Salão Nobre e segui para o Cemitério de Lhanguene.