O treinador português Litos negou hoje à Lusa que a sua saída de Moçambique esteja relacionada com a onda de raptos que assola Maputo, apontando razões de ordem familiar para deixar o país.

A imprensa moçambicana e portuguesa tem noticiado que Litos, que no último domingo se sagrou campeão moçambicano de futebol pela Liga Muçulmana, vai deixar Moçambique devido à onda de raptos nas cidades do país.

Em declarações hoje à Lusa, Litos repisou a decisão de regressar a Portugal, mas evocou motivos de índole familiar por detrás da saída de Moçambique.

«A minha decisão de voltar a Portugal não tem nada a ver com a situação de raptos em Maputo, tem a ver com o facto de ter ficado meses longe da família. Tenho dois filhos, de 13 e 16 anos, que precisam de estar com o pai», afirmou Litos.

A comunicação via Skype não permite o mesmo nível de proximidade com a família, como a presença física, observou o técnico, em Moçambique há cerca de um ano e meio.

Contratado em meados do ano passado, para reverter o mau momento que a Liga Muçulmana estava a atravessa, Litos conseguiu vencer a Taça de Moçambique, a Supertaça e o Campeonato Nacional.

Dezenas de raptos ocorreram nos últimos dois anos nas principais cidades moçambicanas, tendo a maioria das vítimas pago avultadas somas de resgate para serem libertadas, perante a ineficácia da política em estancar este tipo de criminalidade.