Pedro Proença vai integrar, a partir de terça-feira em Zurique, a primeira seleção para o Campeonato do Mundo de futebol de 2014, ambicionando a presença no Brasil, juntamente com a equipa das “quinas”.

«É mais uma fase, das várias que vão decorrer, e é um trabalho absolutamente autónomo, uma coisa não invalida a outra. O que eu espero, primeiro, é que a seleção portuguesa de futebol esteja no Mundial e, depois, se puder estar acompanhada por uma equipa de arbitragem ficaria satisfeito, e se eu puder integrar esse grupo ainda ficava mais satisfeito. Quem ganharia era o futebol em geral e a arbitragem em particular», afirmou Pedro Proença, em declarações à Lusa.

O lisboeta, que em 2012 dirigiu a final do Campeonato da Europa e da Liga dos Campeões, e os árbitros assistentes Bertino Miranda e José Trigo formam uma das equipas de arbitragem presentes no seminário de preparação para o Mundial2014, que vai decorrer entre terça e sexta-feira, em Zurique, na Suíça.

Pedro Proença, de 42 anos, promete empenho para ser um dos árbitros da fase final, mas ressalva que a sua conquista da sua chamada é praticamente tão complicada como a qualificação da seleção portuguesa, atualmente terceira classificada no Grupo F.

«É igualmente difícil e só no final é que as contas serão feitas. Só em janeiro de 2014, quando a FIFA anunciar os 25 árbitros presentes no Campeonato do Mundo, é que saberemos se pertencemos a esse lote ou não. Tenho esperança e trabalharei, tal como os meus colegas, para que isso aconteça», frisou.

Reconhecendo-se como «um privilegiado por estar neste núcleo restrito de árbitros», o árbitro lisboeta assume a «responsabilidade, mas também prazer e alegria» com a integração nesta ação de trabalho da FIFA, que alimenta a «imensa expectativa» em estar presente no Mundial2014.

«Vamos ser expostos a testes físicos, psicológicos e de aferição técnica de um nível muito elevado, porque a FIFA quer saber em que estados estão os árbitros neste momento. Esta seleção que engloba 50 equipas de arbitragem e deverá ser reduzida para metade e, como em qualquer outro processo de recrutamento e seleção, só os melhores ficarão», salientou.

Durante estes dias, as equipas de arbitragem vão conhecer a tecnologia da linha de golo escolhida pela FIFA para a Taça das Confederações de 2013, o GoalControl GmbH, um sistema semelhante ao «olho de falcão», que recorre a 14 câmaras de vídeo para monitorizar a posição da bola em três dimensões e confirmar se esta ultrapassou completamente a linha de golo.

«Essa é uma das abordagens que vão ser concretizadas em Zurique, a partir de dia 16, que é a possibilidade de ter um primeiro contacto com o ‘relógio’ que sinaliza a bola que entra e que não entra.

Esse é um dos grandes objetivos da FIFA, que é fazer-nos conhecer o novo sistema e a forma como deve ser tratado», explicou Proença, aludindo à tecnologia de linha de golo que emite uma indicação para o ‘relógio’ de pulso dos árbitros, um segundo após o lance em causa.