O presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol acredita que a FIFA não tinha razão na exclusão de Cabo Verde dos play-off de acesso ao Mundial 2014.

Em breves declarações ao SAPO Desporto, Mário Semedo adiantou que Cabo Verde tem 21 dias para recorrer para o Tribunal Arbitral do Desporto mas não quis adiantar em que moldes o departamento jurídico irá fazer a sua defesa. Mesmo não fornecendo muitos dados sobre a decisão da FIFA que está a ser analisado pela Federação, Mário Semedo adiantou que o recurso para o TAS justifica-se por acreditar numa decisão favorável

«Não posso adiantar nada sobre o caso por agora. Mas nós estamos convictos de que a razão está do nosso lado», frisou Mário Semedo.

Cabo Verde foi excluído dos play-off de acesso ao Mundial 2014, por decisão da FIFA, que atribuiu derrota aos Tubarões Azuis no encontro que venceram por 2-0 em Túnis, o que lhes garantiria um lugar nos play-off africano de apuramento a Copa do Mundo do Brasil.

Na base da decisão da FIFA está um protesto da Tunísia, alegando utilização irregular do jogador Fernando Varela, que deveria cumprir o terceiro de quatro jogos de suspensão frente aos tunisinos.

A FIFA deu razão a Tunísia, puniu Cabo Verde com derrota mas a Federação Cabo-verdiana recorreu para o Comité de Apelo da FIFA que esta terça-feira confirmou a decisão da Primeira Instância, mantendo o castigo.

Mário Semedo já adiantou que a FCF irá recorrer para o Tribunal Arbitral do Desporto, na Suíça, onde Cabo Verde vai tentar convencer os juízes de que a razão está do seu lado.

Cabo Verde alega que os jogos de castigo de Fernando Varela tinham perdido efeito, quando a FIFA anulou o jogo com a Guiné Equatorial em Malabo, dando vitória aos crioulos, após derrota por 4-3, num jogo onde Fernando Varela foi expulso e sancionado com quatro jogos de suspensão. Cabo Verde protestou o encontro, alegando utilização irregular de um jogador guineense. A FIFA deu razão aos Tubarões Azuis.

A Federação cabo-verdiana alega que os efeitos disciplinares do jogo já não faziam efeito, uma vez que o mesmo foi anulado. Mas o regulamento disciplinar da FIFA, no seu ponto 4 do artigo 18, afirma que um jogador expulso tem sempre de cumprir castigo, mesmo num jogo que mais tarde venha a ser decidido na secretaria.