O presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Flávio Dino, afirmou esta terça-feira que o Brasil poderá recorrer a companhias aéreas que operam voos internacionais para atender à demanda interna do país no Mundial2014 de futebol.

«Vamos replanear a malha e, se for necessário, vamos defender novas medidas. Podemos fazer uma abertura do mercado mais ampla, envolvendo empresas que hoje fazem apenas voos internacionais para atender à demanda extraordinária», afirmou, em conferência por telefone à imprensa estrangeira.

A portuguesa TAP é uma das companhias aéreas que atua no Brasil sem realizar voos domésticos. Atualmente, os aviões da empresa saem de 10 cidades brasileiras diretamente para Lisboa.

A subida do preço das passagens aéreas, assim como dos hotéis, é uma das principais preocupações dos turistas para o Mundial2014. Segundo a imprensa local, os voos internos para a época do evento estão até dez vezes mais caros do que em um dia normal.

Dino afirmou que, com a reorganização da malha, e o aumento de voos, o preço deve cair. As empresas internacionais poderão ser acionadas caso as que fazem os voos domésticos não suportem a demanda. As medidas a serem adotadas serão definidas em reuniões com a presidência do país.

Sobre o preço dos hotéis, Dino realçou estar em processo de negociação com a FIFA e com a empresa Match, que realiza as reservas, para tentar baixar os preços. Estudo da Embratur mostra que há quartos com valores reajustados até 583 por cento para o Mundial.

«O aumento dos preços é comum nesses eventos, mas é preciso ter parâmetros mais objetivos e razoáveis, e isso é o que estamos buscando», afirmou.

Dino afirmou também que os protestos, vistos durante a Taça das Confederações, são «normais» em uma sociedade democrática, e o objetivo é o de que eles possam ocorrer livremente sem prejudicar o andamento do Mundial2014.

A previsão da Embratur é a de que o evento movimente 600 mil turistas estrangeiros e três milhões de turistas brasileiros, durante 30 dias, e injete 25 mil milhões de reais (8,4 mil milhões de euros) na economia do país.

Entre os estrangeiros, a maioria esperada é da América do Sul e dos Estados Unidos, devido à proximidade.

Dino apresentou a nova campanha de promoção do turismo ao Brasil, que será lançada mundialmente na quarta-feira, com foco em mostrar a cultura e a natureza do país, além da infraestrutura para o Mundial.

O país prevê gastar 10 milhões de dólares (7,3 milhões de euros) com a campanha neste ano. A partir de novembro, serão abertos 13 novos escritórios de turismo do país pelo mundo.