O futebolista brasileiro Fellipe Bastos, ex-jogador do Benfica e do Belenenses, considerou que Portugal «escolheu muito bem» ao optar por Campinas para sede no Mundial2014, avisando que Cristiano Ronaldo e seus pares ainda «vão sentir saudades» da cidade paulista.

«É uma cidade muito boa, o clima também, por isso acho que a seleção portuguesa escolheu muito bem. Campinas é uma cidade acolhedora, que vai proporcionar bons momentos a Portugal», disse à agência Lusa Fellipe Bastos, que jogou esta época por empréstimo na Ponte Preta, cujo estádio será utilizado pela seleção portuguesa para treinar durante a competição.

O médio do Vasco da Gama observou que os jogadores portugueses encontrarão muitos compatriotas em Campinas, mas que também poderão contar com o apoio dos brasileiros, pois «os campineiros gostam muito de futebol e ficarão certamente impressionados com a seleção portuguesa, que tem um astro do futebol mundial».

«Vão receber muito Cristiano Ronaldo. Os outros jogadores também, mas Ronaldo é a estrela da companhia. Acho que a seleção portuguesa ainda vai sentir saudades de Campinas», assinalou o jogador brasileiro, que jogou no Benfica na época 2008/09 e no Belenenses na temporada seguinte, por empréstimo dos “encarnados”.

O jogador disse que a «tranquilidade típica de uma cidade de interior» é a melhor característica de Campinas e acredita que esse aspeto terá contribuído decisivamente para a escolha do selecionador Paulo Bento, apontando o elevado fluxo de trânsito rodoviário como o «lado mais ruim» da cidade.

Se o tráfego não deverá revelar-se particularmente incómodo para a equipa lusa, que ficará instalada a apenas 10 quilómetros do aeroporto Viracopos, a distância para as cidades onde Portugal vai disputar os três jogos do grupo G podem representar «uma dificuldade acrescida».

A seleção terá de enfrentar duas horas de voo até Salvador, onde se estreará no Campeonato do Mundo a 16 de junho, frente à Alemanha, seguindo-se uma longa viagem de 3:45 horas até Manaus para defrontar os Estados Unidos, seis dias mais tarde, e outra de 1:15 até Brasília, onde encerra a participação no grupo perante o Gana, a 26.

«A distância vai certamente dificultar, mas o maior problema será o calor. O clima em Campinas nos meses de junho e julho é muito parecido com o de Portugal, mas em Manaus a equipa portuguesa vai sofrer um bocadinho porque estará muito calor. Em Brasília não tanto, mas Salvador também é muito quente», advertiu.

O médio brasileiro lembra-se de ter jogado em Salvador em julho e de ter contabilizado uma temperatura de 35º Celsius «à noite», avisando que em Manaus será ainda pior, pois «se o calor elevado atrapalha até os jogadores do campeonato brasileiro, imagine-se as dificuldades que criará aos europeus».

Em contrapartida, as condições que os jogadores portugueses vão encontrar no centro de treinos da Ponte Preta e no estádio Moisés Lucarelli, onde serão realizados os treinos abertos ao público, serão «muito boas, em especial o relvado, ainda que não exatamente iguais às oferecidas na Europa».

Fellipe Bastos acredita que Portugal «chegará muito longe» no Campeonato do Mundo, uma vez que conta com «jogadores que podem desequilibrar qualquer partida num lance individual ou de bola parada»:

«Acho que a seleção portuguesa vai surpreender muita gente», antecipou.