Os protestos contra a realização do Mundial de Futebol no Brasil, convocados para hoje em diversas capitais brasileiras, decorre de forma pacífica e com menos adeptos que o previsto.

A maior concentração de manifestantes acontece em São Paulo, em frente ao Museu de Arte (MASP), onde cerca de 1.000 pessoas protestam contra os gastos com o Mundial, em detrimento de maiores investimentos em serviços públicos como transporte, saúde e educação.

"Brasil, vamos acordar, professor vale mais do que Neymar", diziam os manifestantes, em coro, ao iniciar a caminhada, que fechou uma das pistas da Avenida Paulista, a maior via da cidade que é o centro económico e financeiro do país.

No Rio de Janeiro, a concentração ocorreu em frente ao hotel Copacabana Palace, um dos hotéis  mais luxuosos da cidade, reunindo até o início desta noite aproximadamente 300 pessoas.

A falta de adesão desanimava os manifestantes, que apontavam a violenta reação policial durante os atos do ano passado como o principal motivo para o reduzido número de participantes.

"As manifestações nunca pararam, mas a gente tinha consciência de que, diante da reação policial, as pessoas iam ficar com medo", afirmou à Lusa a produtora Cleide, de 47 anos, que segurava um cartaz questionando quem eram os verdadeiros beneficiados pela realização do Mundial no país.

"Querem só mostrar os estádios bonitos para os estrangeiros, mas quem está aqui sabe que o Rio não tem nada de maravilhoso. Eu mesmo vim à manifestação de trem, e estava pegando fogo", criticou Cleyton Carlos, estudante técnico de 24 anos e integrante do movimento Black Bloc do Rio de Janeiro.

Os protestos foram convocados pelo Facebook, onde mais de 24 mil pessoas confirmaram presença.

Outros grupos menores, com cerca de 100 pessoas, reúnem-se em Recife (Pernambuco), Vitória (Espírito Santo), Belo Horizonte (Minas Gerais), Curitiba (Santa Catarina) e Goiás (Goiânia).