A presidente do Brasil, Dilma Roussef, criticou esta quarta-feira quem não compreende a importância do Mundial para o país, alertando para a "visão pequena".

"Vamos dar uma festa em casa, o que fazemos? Damos uma melhorada na casa. Agora, quando a visita vai embora, para quem fica a melhoria? Para o dono da casa. É a mesma coisa connosco. Vamos dar uma das maiores festas do mundo, que é o Mundial. É uma visão pequena do Brasil, muito pequena do Brasil, não perceber a importância para o povo brasileiro e para o país ter o Mundial", afirmou a presidente na conferência de imprensa ainda em Cuba, onde participou da II Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac). 

Dilma Roussef, que fez 'escala' em Portugal antes de seguir para Cuba, frisou que o maior investimento não são os 12 estádios que estão a ser construídos.

"É um facto que investimos em estádios. É facto. São 12 estádios. Mas não é esse o principal investimento. O principal investimento está em todas as estruturas de aeroportos, em todas as estruturas de portos, em todas as obras que são muito maiores do que o Mundial: de mobilidade urbana. O Brasil O Brasil é um país que tomou uma série de medidas para essa Copa. É fato que nós investimos em estádios. É fato. São 12 estádios. Mas não é esse o principal investimento. O principal investimento está em todas as estruturas de aeroportos, em todas as estruturas de portos, em todas as obras que são muito maiores do que a Copa: de mobilidade urbana. O Brasil está a gastar em mobilidade urbana 143 bilhões de reais (43 mil milhões de euros). Nove estados do país vão ter sistema de metro. Outros tantos são 600 quilômetros sobre trilhos. Nunca este investimento foi feito no Brasil. – e também contemplando o Mundial – mas está para lá do Mundial", sublinhou.

Esta semana, Carlos Alberto Parreira, que faz parte da seleção brasileira, criticou o governo.

"A gente perdeu uma oportunidade de dar conforto e mostrar um Brasil diferente", frisou Parreira, em entrevista à Rádio CBN, acrescentando. "Queriamos tudo para a Copa [Mundial], mas para a Copa foi um descaso total. Vejo que os aeroportos (Cumbica, Galeão, Viracopos, Brasília e Confins) vão ser licitados a partir de março, três meses antes. É uma brincadeira, fomos indicados há sete anos e só agora vão licitar os aeroportos?", interrogou-se.