A cerimónia de abertura do Campeonato do Mundo de futebol de 2014 não terá discursos, segundo Joseph Blatter, para evitar qualquer vaia dirigida ao presidente da FIFA ou à presidente brasileira Dilma Rousseff.

"Vamos fazer a cerimónia de maneira a que não aconteçam discursos", disse Blatter à agência alemã DPA, num entrevista que foi hoje citada pela imprensa brasileira.

A cerimónia de abertura do Mundial2014 vai decorrer no dia 12 de junho, em São Paulo, antecedendo o jogo entre Brasil e Croácia, do Grupo A.

Em 2013, tanto Rousseff como Blatter foram vaiados na abertura da Taça das Confederações, em Brasília, que ocorreu durante uma vaga de protestos no Brasil.

Na altura, os manifestantes contestavam os custos do Mundial2014 para os cofres públicos e a falta de obras de infraestrutura que ficassem de legado para as cidades.

Blatter disse também acreditar que o Brasil está "mais tranquilo" atualmente, mas reconhecendo que não é um "profeta" para adivinhar se as vaias se vão ou não repetir.

Após a entrevista de Blatter, a FIFA divulgou hoje que o corte dos discursos é uma "decisão técnica", tomada de forma unilateral pelo organismo, mas que não é definitiva, e não está associada à contestação.

Segundo o jornal "Folha de São Paulo", o Governo brasileiro não foi informado da supressão de discursos na cerimónia.