O brasileiro Ronaldo Nazário de Lima é o melhor marcador da história dos Mundiais de futebol, mas os seus 15 golos podem ser “apagados” da liderança pelo alemão Miroslav Klose, que parte para o Mundial2014 com 14.

Natural de Opole, na Polónia, Klose, de 35 anos, foi o “rei” dos goleadores em 2006, com cinco golos, os mesmos que apontou em 2002 e aos quais juntou quatro em 2010, ano em que igualou o seu compatriota Gerd Müller no segundo posto do ranking.

O avançado que representa a Lázio de Roma desde 2011/2012 só precisa de um tento para igualar Ronaldo e de dois para se isolar como o “rei” dos goleadores dos Mundiais, estatuto que Müller ostentou mais de três décadas, entre 1974 e 2006.

Antes, o uruguaio Guillermo Stabile foi o jogador que terminou a edição inaugural (1930) na frente, com oito tentos. Sucedeu-lhe o húngaro Sandor Kocsis, com os 11 golos de 1954, para quatro anos volvidos, o francês Just Fontaine responder com 13.

Fontaine é, desde 1958, o recordista numa só edição, sendo que, desde então, Gerd Müller foi o que mais se aproximou, com os 10 tentos em 1970, antes de, quatro anos depois, roubar ao gaulês a liderança, com os quatro tentos apontados em 1974.

Ao fim de 19 edições, o “Fenómeno” tem o recorde em perigo, mas, por enquanto, é o jogador com mais golos em Mundiais, desde que, em 2006, apontou três tentos, para juntar aos quatro de 1998 e aos oito que lhe deram o título de melhor marcador em 2002.

O histórico golo que lhe confere a liderança isolada foi a apontado a 27 de junho de 2006, em Dortmund, onde Ronaldo inaugurou o marcador face ao Gana logo aos cinco minutos, n um embate, dos oitavos de final, que o Brasil venceria por 3-0.

Em 2002, sob o comando de Luiz Felipe Scolari, é que o “9” do Brasil esteve verdadeiramente imparável, ao seu melhor nível, ficando em branco apenas nos quartos de final, face à Inglaterra, para, depois, marcar os golos que decidiram a meia-final (1-0 à Turquia) e a final (2-0 à Alemanha).

Um “degrau abaixo”, junto a Klose, está Gerd Müller, que esteve 32 anos no “poleiro”, ao qual chegou, superando por os 13 de Fontaine, na final do Mundial de 1974, quando apontou o tento da vitória da RFA sobre uma “super” Holanda (2-1, em Munique).

Fora do pódio, depois do quatro tentos de Klose na África do Sul, ficou o francês Just Fontaine, que foi líder da tabela antes de Müller e desde o Mundial de 1958, no qual chegou aos 13 golos, em seis jogos, marca “impossível” de superar em apenas uma edição.

Fontaine esteve intratável, ao marcar em todos os encontros: três ao Paraguai (7-3), dois à Jugoslávia (2-3) e um à Escócia (2-1), na primeira fase, dois à Irlanda do Norte (4-0), nos “quartos”, um ao Brasil (2-5), nas meias-finais, e quatro à RFA (6-3), no jogo de atribuição dos terceiro e quarto lugares.

A completar o “top 5”, está o brasileiro Pelé, o único tricampeão mundial da história, que não foi o “rei” dos marcadores em qualquer edição, mas assinou o ponto em quatro (seis em 1958, com 17 anos, um em 1962, um em 1966 e quatro em 1970).

Nos lugares imediatos, com 11 golos, estão Kocsis - todos apontados em 1954, na qual a sua Hungria apresentou uma “equipa de sonho” - e o alemão Jürgen Klinsmann (três em 1990, cinco em 1994 e três em 1998), atual selecionador dos Estados Unidos.

Na casa das dezenas, seguem ainda o germânico Helmut Rahn (marcou em 1954 e 1958), o peruano e ex-portista Teofilo Cubillas (70 e 78), o polaco Grzegorz Lato (74, 78 e 82), o inglês Gary Lineker (86 e 90) e o argentino Gabriel Batistuta (94, 98 e 2002).

Logo abaixo, com nove tentos, surgem nove jogadores, entre eles o melhor português: no Inglaterra’66, única edição em que participou, Eusébio da Silva Ferreira, falecido a 05 de janeiro, foi o “rei”, com mais três do que o alemão Helmut Haller.

Na história dos golos, vai também figurar para sempre o francês Lucient Laurent, que só marcou um, mas conseguiu-o antes de qualquer outro jogador: a 13 de julho de 1930, no embate inaugural da prova realizada no Uruguai, entre a França e o México (4-1).

Muitos outros golos entraram na história, como o do inglês Geoff Hurst na final de 1966 ou os dois, um com a “mão de Deus” e outro após fintar mais de meia equipa inglesa, do argentino Diego Armando Maradona no jogo com a Inglaterra dos “oitavos” da segunda edição realizada no México, em 1986.

Em termos coletivos, quem mais contribuiu foi a seleção do Brasil, única totalista e mais vezes campeã (cinco títulos), que soma 210 golos, contra 206 de uma “ameaçadora” Alemanha, 126 da Itália e 123 da Argentina - Portugal apontou 39.

No total, marcaram-se 2.208 tentos, em 772 jogos, o que perfaz uma média de 2,86 golos por encontro, dos 2,21 de Itália, em 1990, aos 5,38 de 1954.