Os países da América do Sul venceram todas as edições do campeonato do Mundo de futebol disputadas no continente americano, em vésperas de uma oitava fase final na América, que não recebia a prova desde 1994.
O Uruguai venceu em casa (1930) e no Brasil (1950), os brasileiros triunfaram no Chile (1962), no México (1970) e nos Estados Unidos (1994), enquanto a Argentina ganhou como anfitriã (1978) e na segunda edição mexicana (1986).
Nas duas primeiras competições em solo americano, as finais foram entre formações da “casa”, com os europeus a conseguirem chegar à final nas últimas cinco, mas a caírem sempre, sendo que só estiveram a ganhar uma vez, em 1962. Um sonho de dois minutos.
O Mundial de futebol começou na América, mais precisamente no Uruguai, que chegou ao título após uma final com a Argentina (4-2), numa edição em que a maioria das equipas europeias não compareceu, face aos custos da viagem.
Duas décadas depois, o anfitrião foi o Brasil e, pela única vez na história, a prova não teve final, embora o último jogo, entre os anfitriões e o Uruguai tenha funcionado como tal.
Após duas jornadas do grupo final que decidiu o título, o Brasil somava quatro pontos, contra três do Uruguai, um da Espanha e um da Suécia. Os “canarinhos” apenas precisavam de empatar, mas os uruguaios venceram por 2-1, o “Maracanazo”.
A terceira edição no continente americano aconteceu em 1962, no Chile, onde, pela primeira vez, uma seleção da Europa chegou à final fora do “velho continente”, a Checoslováquia.
Um golo de Jozef Masopust deu vantagem aos europeus, mas o Brasil, detentor do título, só demorou dois minutos a empatar e, na segunda parte, marcou mais dois tentos e venceu por 3-1.
Depois, o Mundial foi intercalando sempre entre a Europa e a América, até 1998, e, no continente americano, as finais foram sempre entre uma equipa da “casa” e uma europeia e o desfecho foi, invariavelmente, favorável aos anfitriões.
Em 1970, o palco foi o México, onde o Brasil não deu hipóteses à concorrência, sendo o primeiro a chegar ao terceiro título, o que lhe valeu a Taça Jules Rimet, depois de uma final muito desequilibrada frente à Itália, derrotada por 4-1.
Oito anos volvidos, o Mundial chegou à Argentina e foi a equipa da casa a vencer, com a Holanda, que já havia sido finalista vencida em 1974, a conseguir forçar o prolongamento, no qual os “albi-celestes” marcaram dois golos, para vencerem por 3-1.
O México voltou a organizar a prova em 1986 e foi novamente a formação argentina a vencer. A “reboque” de Diego Armando Maradona, a equipa das “pampas” ganhou por 3-2 à RFA, mas não se livrou de um susto, quando os europeus passaram de 0-2 para 2-2.
Na que foi a última edição em solo americano, em 1994, nos Estados Unidos, o Brasil e a Itália protagonizaram a única final de um Mundial que chegou aos 90 minutos sem golos, que também não apareceram no prolongamento.
A primeira final resolvida no desempate por pontapés da marca da grande penalidade, um embate entre duas equipas então tricampeãs, acabou por sorrir ao Brasil, que, ao vencer por 3-2, permitiu à América manter o “pleno” caseiro.
No Brasil, na 20.ª edição do Mundial, os sul-americanos jogam essa invencibilidade, com a Europa a tentar acabar com essa “maldição” e uma outra: nenhum continente somou, até agora, três títulos consecutivos.