Os funcionários do metro de São Paulo ameaçaram este sábado, no seu terceiro dia de greve, continuar com a paralisação durante o Mundial de futebol, que se inicia na quinta-feira na maior cidade brasileira.
Três das cinco linhas do metro da cidade, com 20 milhões de habitantes, só estavam a funcionar parcialmente, enquanto a circulação rodoviária estava mais desanuviada no início do fim de semana.
Quinta-feira e sexta-feira, o trânsito esteva caótico na cidade e a greve, decretada na noite de quarta-feira, por tempo indeterminado, causou sobrelotação nos autocarros e fez com que o governo municipal suspendesse a circulação alternada (que impede que os mais de sete milhões de veículos da cidade circulem no mesmo dia), aumentando as filas de veículos.
A greve já originou confrontos entre os grevistas e a polícia militar.
"Enquanto houver [recurso à] força, o movimento vai continuar, e é possível que se prolongue até ao Mundial", disse hoje o porta-voz do sindicato dos empregados do metro, Rogério Malaquias.
Uma nova assembleia geral dos grevistas estava prevista para as 17h00 locais (21h00 em Lisboa), acrescentou.
Os grevistas exigem um reajustamento salarial de, pelo menos, 12,2% e não aceitaram a proposta de 9,5% do governo do Estado de São Paulo, avançada na sexta-feira.
No domingo, a justiça deve pronunciar-se sobre a legalidade desta greve que afeta milhões de passageiros.
Segundo o sindicato, a greve teve a adesão de 90 a 95% dos 9.500 funcionários e inclui os operadores de comboios, segurança e manutenção.
O metro é o meio de transporte mais prático para chegar ao Arena Corinthians, o estádio que vai receber o jogo de abertura do Mundial, entre o Brasil e a Croácia, na quinta-feira.