Um “exército” de adeptos “verde e amarelos” invadiu hoje o FanFest da praia de Copacabana, para assistir ao jogo inaugural do Mundial2014 de futebol, "quebrando o gelo" das manifestações registadas no início do dia.

"O pessoal antes estava colocando a culpa de tudo na Copa, mas também não é assim. O país tem seus problemas, mas já que foi eleito para ser a sede, tem que aproveitar ao máximo", afirmou à Lusa a brasileira Beatriz Fontes Aguiar, comerciante, animada com a movimentação gerada pelo evento.

Ao seu lado, o italiano Davi Bistoni elogia o ambiente de festa que via na praia, para assistir ao embate entre Brasil e Croácia, que marca o arranque do Mundial2014, a destacar que o clima é muito diferente do que está acostumado na Europa.

Pelas ruas, além da onda verde e amarela das camisolas, perucas bem-humoradas, cornetas e bandeiras completavam o cenário, que contou ainda com a temperatura amena e o clima agradável do inverno carioca.

"Já estive em Copas na Itália e na Espanha e não havia esse ambiente, porque aqui há muita tradição, e o povo sente junto, é como o carnaval", frisou Bistoni.

Para muitos brasileiros, no entanto, esse "clima" só surgiu mesmo hoje, quando o "espírito patriota" falou mais alto, ao ver a seleção a entrar em campo, em São Paulo.

"Com as manifestações e tudo de ruim que acontece, eu não estava animada, só me animei mesmo hoje, a camisa comprei no caminho para cá, depois do trabalho. E aí chegando aqui, essa energia contagia", afirmou a rececionista Marta Mendonça.

No caminho para o ecrã gigante montado em plena areia de Copacabana, as únicas cores destoantes do verde e amarelo eram o azul e branco dos argentinos - tradicionais “rivais” da seleção brasileira - que fizeram questão de ir assistir ao jogo usando o equipamento oficial.

"Hoje vamos torcer para o Brasil, porque a final tem de ser Brasil e Argentina", deseja um grupo de seis amigas portenhas que estão no Rio de Janeiro apenas para o Mundial.

Outro grupo, de cinco argentinos, fez a viagem de carro - percorreram mais de 3.200 quilómetros, em pouco mais de dois dias - só para apoiar a seleção no Brasil, e prometem ficar tanto quanto fique a Argentina.

Ao lado da festa, policiais e vendedores ambulantes conviviam sem maiores problemas.

Um vendedor de que oferecia apenas camisolas da seleção brasileira contou à Lusa que prevê faturar 15 mil reais (cerca de 5.000 euros) durante o torneio, o que ele considerou um volume abaixo do esperado, tendo em vista que durante a visita do Papa Francisco, no ano passado, as vendas somaram 22 mil (7 mil euros).

Ainda antes do início do encontro inaugural, uma manifestação com cerca de 300 pessoas chegou próxima à área montada pelo Fan Fest da FIFA em Copacabana, mas sem gerar confrontos até o momento.

Os manifestantes carregam cartazes com dizeres contra o Mundial e se aproximaram dos torcedores vaiando quando estes vibravam com a cerimónia de abertura, transmitida por em ecrã gigante.