A Itália venceu esta noite a Inglaterra, por 2-1, em Manaus, naquele que foi, indubitavelmente, um dos melhores jogos já disputados no Mundial 2014.

Às portas da selva da Amazónia, a Squadra Azzurra impôs a sua maturidade e ordem diante de uma Inglaterra irreverente e atrevida, mas ainda sem a matreirice que se exige num duelo com a seleção transalpina.

O desafio ficou pautado pelo equilíbrio, num ritmo elevado desde o primeiro minuto e contrariando a humidade elevadíssima que se fazia sentir em Manaus. Orquestrada pelo maestro Andrea Pirlo e com Balotelli a personificar o perigo no ataque, a seleção de Cesare Prandelli chegou ao golo aos 35 minutos, na sequência de um remate colocado de Marchisio. O médio da Juventus aproveitou a simulação inteligente de Pirlo e de fora da área atirou certeiro para a baliza de Hart.

Porém, a Inglaterra não se deixou afetar e respondeu praticamente de imediato. Com o atrevimento de jovens como Sterling e Sturridge, a equipa comandada por Roy Hogdson chegou ao empate dois minutos depois. Rooney fugiu bem pelo flanco esquerdo e cruzou com conta, peso e medida para o tento de Sturridge, que apenas teve de encostar para a baliza de Sirigu, que hoje ocupou o lugar do lesionado Buffon.

O 1-1 e a forma como havia sido alcançado refletia assim de forma perfeita o duelo até então travado: equilibrio em jeito de parada-resposta com uma intensidade e uma dinâmica notáveis.

No segundo tempo, a Itália regressou com uma eficácia ainda maior e não perdeu tempo a decidir o rumo do encontro. Aos 50', Candreva faz um cruzamento excelente e Mario Balotelli abandonou o papel de réu que tantas vezes lhe é atribuído para vestir a pele de herói. Estava feito o 2-1 com um cabeceamento pleno de classe, fugindo inteligentemente à marcação de Cahill.

Os ingleses tentaram reagir então em busca do empate, mas não conseguiram evidenciar a mesma clarividência que exibiram no primeiro tempo. Muita entrega e empenho, mas pouco acerto na hora de visar a baliza. A exceção foi num livre de Baines, mas Sirigu negou-lhe o golo com uma estirada exemplar.

A Inglaterra caiu aos poucos e nos instantes finais a Itália podia mesmo ter aumentado a vantagem nos seus contra-ataques, mas sobretudo num magnífico livre de Pirlo a 30 metros da baliza, que levou a bola a bater com estrondo na barra de Joe Hart. Contudo, o 2-1 resistiu até ao apito final e assim a Squadra Azzurra igualou a Costa Rica na liderança do grupo D, o famoso "grupo da morte" deste Mundial.