O estilo de toque e passe que marcou o futebol da Espanha nos últimos anos, que lhe valeu um Mundial e dois Europeus, não morreu com a eliminação da "Roja", considerou o brasileiro Dadá Maravilha, campeão mundial em 1970.

"Não é o final do jogo de toque [tiki-taka]. O que se acabou foi uma geração de craques de Espanha. Os mais velhos estavam lentos e os mais novos estão a atropelá-los. O futebol está mais rápido e infelizmente, a idade é a idade", disse Dadá Maravilha à agência espanhola EFE, em Teresópolis.

O antigo avançado, de 68 anos, classificou como "absurda" a eliminação de Espanha - após duas derrotas, frente à Holanda (5-1) e ao Chile (2-0) - uma vez que considerava a seleção espanhola como uma das favoritas a ganhar o Mundial2014.

"Este Mundial mostrou o reverso do jogo de Espanha, que tem um futebol de cadência. [Neste Mundial] Predomina o jogo rápido, veloz, de movimento, que é o que não faz a Espanha", acrescentou Dadá Maravilha, o quinto maior goleador brasileiro de todos os tempos, com 926 golos.

Dadá Maravilha, o "artilheiro" do campeonato brasileiro em 1971 e 1972, sagrou-se campeão do Mundo na Copa de 1970, ainda que tenha sido suplente de Pelé e Jairzinho.

Também o selecionador italiano, Cesare Prandelli, considerou que a Espanha pagou o preço do cansaço de muitos dos seus jogadores e salientou que, em pouco tempo, a "Roja" será novamente uma seleção temível.

"Tenho um enorme respeito por esta equipa, que ganhou um Mundial [2010] e dois Campeonatos Europeus [2008 e 2012], e por isso não discutirei a sua atuação. Tenho a certeza de que, em dois meses, estará entre as melhores do mundo", disse o técnico italiano, que no seu consulado alterou a tradicional forma de jogar da Itália, dando-lhe um cariz mais ofensivo.

"Os jogadores passaram por uma final da Liga dos Campeões [Real Madrid-Atlético Madrid] muito dura. Talvez tenham pagado esse preço", analisou Prandelli.

O antigo "mundialista" argentino Juan Pablo Sorín, que esteve nos Mundiais de 2002 (Coreia do Sul e Japão) e 2006 (Alemanha), pensa da mesma forma.

"Não creio que seja um fim de ciclo. A Espanha chegou muito cansada ao Mundial. Se a Espanha tivesse mantido a lucidez, não teria acontecido o que se passou", disse à EFE.

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