O treinador português Carlos Queiroz, selecionador do Irão, afirmou terça-feira em conferência de imprensa, na véspera do jogo decisivo no Mundial de futebol de 2014, que os árbitros devem ter mais ajuda tecnológica em campo.

“Alguns árbitros treinam mais e estão mais bem preparados, mas com a velocidade da bola e o ritmo de jogo, penso que não há futuro no futebol sem tecnologia”, afirmou Queiroz, “pedindo” mais do que a tecnologia da linha de golo.

Segundo o selecionador do Irão, “os árbitros dão o seu melhor, mas a velocidade do jogo aumentou dramaticamente e os erros continuam a acontecer em frente a milhões de pessoas”.

“As jogadas acontecem tão depressa que é praticamente impossível para eles fazer o seu trabalho se não tiverem a ajuda da tecnologia, como acontece no basquetebol, no râguebi ou no ténis”, frisou o ex-selecionador luso.

Segundo Queiroz, é urgente tomar medidas: “É ultrajante e não é normal ter 40 milhões de pessoas em casa a verem um penálti, ao contrário da pessoa que está a arbitrar o jogo”.

“Vinte e dois treinadores perderão os seus empregos depois do último mundial e, provavelmente, o mesmo acontecerá após este, pelo que espero que os árbitros assumam alguma responsabilidade pelos erros”, disse.

O técnico luso frisou que não está contra os árbitros: “Eu defendo os árbitros, estou do lado deles, mas eles precisam de ajuda para tomar as decisões certas”.

“Porque o jogo é tão rápido, é humanamente impossível ter decisões corretas 100 por cento do tempo. O futebol deve evoluir ou as equipas vão continuar a ir para casa frustradas”, finalizou o técnico luso.

No encontro da segunda jornada, Queiroz culpa Lionel Messi, mas também o árbitro pelo desaire do Irão frente à Argentina (0-1), nomeadamente por culpa de uma grande penalidade não assinalada a favor dos asiáticos, com 0-0.

A exemplo de Carlos Queiroz, o técnico da Bósnia-Herzegovina, Safet Susic, também é da opinião de que os árbitros devem ser ajudados pela tecnologia.

“Talvez como no basquetebol ou no ténis, deviam poder rever-se as jogadas através da televisão, de forma a ser corrigidos determinados erros”, disse.

A Alemanha está a considerar introduzir o “vídeo árbitro” na “Bundesliga”, depois do presidente da FIFA, Joseph Blatter, ter dito que os treinadores deveriam poder pedir duas repetições (“challenges”) por jogo.