A Alemanha está nos quartos-de-final do Mundial2014, depois de afastar a Argélia por 2-1, após 120 minutos de futebol. Schurrle e Ozil marcaram para os europeus, Djabou para os africanos. Os argelinos fizeram um grande jogo, anularam de forma categórica o ataque alemão e ameaçaram a baliza contrária em várias ocasiões. Destaques para os dois guarda-redes. M´Bolhi pela Argélia e Neuer pela Alemanha, os grandes responsáveis por não ter havido mais golos. Já não há equipas africanas em prova.

Depois de a França ter eliminado a Nigéria, cabia a Argélia defender a honra africana frente a uma Alemanha, candidata a vencer o Mundial2014.

Os "Fénecs", como são conhecidos os argelinos, já tinham feito história ao passarem da fase de grupos pela primeira vez. A equipa de Slimani (mais uma vez titular) não se intimidou e fez um grande jogo, tapando os caminhos para a sua baliza e criando muito perigo em lances de contra-ataque, com o avançado do Sporting em destaque.

Com Ozil e Goetze nas alas no apoio ao avançado Mueller, a Alemanha sentia inúmeras dificuldades para transpor a barreira defensiva dos magrebinos, onde figurava o "estudante" Halliche. Os dois extremos da Alemanha (na verdade são médios criativos, da zona central) afunilavam muito e procurava sempre o jogo interior, tirando profundidade a equipa. Com tão pouco espaço, era difícil bater o guarda-redes M´Bolhi.

Já a Argélia tentava tirar partido do adiantamento alemão no terreno, apostando em transições rápidas, explorando a velocidade de Feghouli e Soudani, os homens que apoiavam o incansável Slimani. A Alemanha sentia inúmeras dificuldades para travar o jogo direto da Argélia, já que Slimani ganhava quase todas as bolas pelo ar a Mertesacker e Boateng. Ia valendo Neuer que com o seu sentido posicional e rapidez, funcionando como um líbero, ia afastando o perigo da sua área. Goulan, Feghouli e Slimani estiveram perto do golo, sendo que o avançado do Sporting chegou mesmo a marcar mas estava em fora de jogo.

Sem espaço para penetrar na defensiva contrária, os homens de Joachim Low tentavam remates de fora da área. O primeiro lance de golo nasceu de um "tiro" de Kroos de longe que M´Bolhi defendeu para a frente. Na recarga, Goetze voltou a rematar contra o corpo do guarda-redes argelino.

A Alemanha sabia que tinha de voltar com outra atitude para a segunda parte para dar a volta ao "texto". Low tirou o apagado Goetze e lançou um extremo, Schurrle, numa mexida que veio mexer com o jogo. Logo aos 48 o médio do Chelsea poderia ter marcado mas um defesa cortou quase em cima da linha de golo.

M´Bolhi voltou a mostrar atenção e eficácia, negando o golo aos europeus aos 54 e 80, a remates de Lahm e Mueller que levavam selo de golo. Do outro lado também brilhava Neuer, muito rápido a sair da baliza para afastar o perigo em lançamentos longos para os avançados argelinos.

Com o 0-0 nos 90 minutos o jogo foi para prolongamento onde a Alemanha fez valer a sua superioridade e acentuou o domínio que exerceu na segunda parte. O golo surge logo no segundo minuto do tempo extra por Schurrle, que aproveitou um cruzamento de Mueller para desviar, de calcanhar, para o fundo da baliza. O lance nasce de uma perda de bola dos magrebinos em zona proibitiva.

Em vantagem no marcador, a Alemanha estabilizou o seu jogo e tirou partido do cansaço da Argélia para ir gerindo o resultado, sempre na procura do golo da tranquilidade. Vahid Halilhodzic tentou tudo para chegar ao empate, lançando Brahimi e Djabou para mexer com o jogo mas sem sucesso.

Viria a ser a Alemanha a sentenciar a partida aos 119 minutos em lance de contra-ataque, com Ozil, à segunda, a bater o guarda-redes contrário. E já nos descontos, o merecido golo argelino, apontado por Djabou, premiando a resistência e entrega dos Fénecs que nunca baixaram os braços.

Nos quartos-de-final a Alemanha vai defrontar a França que esta segunda-feira afastou a Nigéria, a outra equipa africana que estava nos oitavos-de-final. A tricampeã Alemanha está pela 16.ª vez consecutiva entre nos "quartos" de um Mundial.