A polícia brasileira revelou hoje ter indícios de que os ingressos do Mundial2014 de futebol vendidos ilegalmente foram colocados no “mercado negro” por um funcionário da FIFA.

O comissário-chefe Fabio Barucke afirmou tratar-se de “alguém da FIFA”, ao mesmo tempo “intermediário do Match Hospitality (agência de ingressos da prova)”, pessoa que terá canalizado milhões de dólares para vendedores clandestinos.

O funcionário da FIFA, que não foi identificado, estará instalado no hotel de luxo Coacabana Palace, do Rio de Janeiro, segundo o representante da polícia.

As autoridades brasileiras detiveram, na terça-feira, 11 pessoas, acusadas de transação ilegal de ingressos, provavelmente obtidos junto de contactos no organismo que gere o futebol mundial.

As detenções ocorreram na sequência de uma investigação policial denominada “Operação Jules Rimet” (histórico presidente francês da federação internacional), lançada sem o conhecimento da FIFA, segundo Fabio Barucke.

Porém, a seguir às detenções, a polícia brasileira pediu a colaboração do organismo para identificar o suspeito, “um estrangeiro instalado no Copacabana Palace”, afirmou.

As autoridades policiais afirmaram, na quarta-feira, que havia membros das federações do Brasil, Argentina e Espanha envolvidos nas vendas ilegais de bilhetes para o Mundial, nomeadamente os que estão reservados para patrocinadores, entidades desportivas, jogadores e organizações não-governamentais.

Na quarta-feira, um magistrado do Rio de Janeiro, Marcos Kac, revelou que, segundo inquérito em curso, em cada jogo têm sido vendidos cerca de mil bilhetes por preços a rondar os mil euros.