A empresa que detinha o exclusivo concedido pela FIFA para a venda de bilhetes para o Mundial2014 de futebol acusou hoje a polícia brasileira de prender ilegalmente um dos seus diretores, suspeito de revenda ilegal de bilhetes.

A empresa em causa, “Match Services”, cuja sede é em Zurique, afirmou que a detenção do seu diretor, Ray Whelan, um cidadão britânico de 64 anos, num luxuoso hotel de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi “arbitrária e ilegal”.

Whelan foi colocado em liberdade na terça-feira de madrugada, mas a polícia fez saber que será processado por ter colaborado na distribuição de bilhetes para revenda no mercado negro.

Num comunicado, a “Match Services” afirmou que Whelan “não cometeu nenhum crime”, mas reconheceu que este manteve conversas telefónicas com o suspeito franco-argelino, Mohamadou Lamine Fofana, um dos onze detidos na semana passada na sequência da investigação levada a efeito pela polícia com vista ao desmantelamento de uma rede internacional de revenda ilegal de bilhetes.

No entanto, a empresa entende que “não há nada de inapropriado ou de criminoso” por alguém manter conversas telefónicas e justificou-as com o facto de Whelan ter discutido “a venda de 24 pacotes de bilhetes ao preço correto, mesmo que os tenha arredondado de 24.750 dólares para 25.000 dólares cada.”

A “Match Services” admitiu que uma transação em dinheiro líquido é “muito invulgar”, mas alegou que esta “é permitida” e que “nunca chegou a ocorrer”, tendo ainda justificado a sua tomada de posição pública com o facto de a polícia ter passado o teor das conversas telefónicas para a imprensa brasileira.