O Brasil compensou voluntariamente, em nove vezes, o volume de dióxido de carbono (CO2) emitido em eventos diretamente relacionados com o Mundial de Futebol, anunciou hoje o Governo brasileiro.

"As emissões diretas do Mundial, que era a única parte que o Brasil teria de demonstrar [a compensação] oficialmente, foram estimadas em 60 mil toneladas de CO2 equivalente. Começamos o Mundial com 100% mitigado e já chegamos a 545 mil toneladas até o momento", divulgou a ministra do Meio Ambiente brasileira Izabella Teixeira.

O sistema de mitigação envolve cálculos técnico-científicos baseados em parâmetros internacionais para avaliar o potencial de poluição do evento e tentar criar formas alternativas para "compensar" essa emissão, reduzindo os efeitos negativos relacionados.

Para além da compensação exigida oficialmente, o governo brasileiro realizou uma estimativa mais ampla, incluindo atividades relacionadas indiretamente com o Mundial, como deslocações de turistas - incluindo viagens aéreas domésticas e internacionais - e gastos energéticos com serviços de hotéis e restaurantes.

Nesse cálculo, a poluição provocada nos 30 dias do Mundial chegaria a 1,4 milhões de toneladas de CO2 equivalente, o que o Brasil pretende ter compensado até o final deste ano.

Entre as ações realizadas para esta compensação estão um programa de doação de crédito de carbono feito por empresas privadas ao Ministério do Meio Ambiente brasileiro e ações ligadas à sustentabilidade nos estádios, recolha seletiva e reciclagem de lixo nas 12 cidades-sede e promoção do turismo sustentável.

Até o final de 2014 todos os 12 estádios utilizados durante o Mundial terão recebido a certificação internacional LEED, selo internacional conferido a construções que cumpram uma série de exigências de sustentabilidade, como um programa de eficiência energética, gestão inteligentes de resíduos e ventilação natural.

Os números foram divulgados pela ministra do Meio Ambiente brasileira em conferência à imprensa no Rio de Janeiro, ao lado do diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, quem apontou que as ações devem ser utilizadas como exemplo para os próximos eventos.