O ex-seleccionador português de futebol Carlos Queiroz, que recusou uma proposta do Irão, afirmou esta quarta-feira que tem algumas ofertas de trabalho, mas aguarda a decisão do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) sobre o recurso da sua suspensão para decidir.

«Se acontecer aquilo que eu estou absolutamente confiante, que é a ilibação da acusação feita pelo secretário de Estado Laurentino Dias e por alguns apaniguados e servidores, penso que estarei em melhores condições para estudar propostas de clubes que neste momento não posso fazer», disse Queiroz, em declarações à Agência Lusa.

Queiroz frisou que tem tido algumas opções em cima da mesa, mas que tem de tomar a resolução em função da decisão do TAS e, como tal, gostava de a conjugar com a «abertura mais abrangente do leque de alternativas» que lhe têm chegado.

Quanto à recusa da proposta para orientar a selecção do país do Médio Oriente, Queiroz explicou que, depois do prazo de reflexão acordado com a federação iraniana de futebol entendeu não aceitar.

«Desde o convite para visitar Teerão, as instalações da federação, e observar um jogo da selecção foi a proposta mais efectiva. Financeira e tecnicamente, era altamente generosa e tentadora, mas depois do período de reflexão entendi que não estavam reunidas as condições pessoais para aceitar um projecto desta natureza», explicou.

O técnico campeão do mundo com a selecção das quinas de sub-20 em Riade1989 e Lisboa1991, afirmou à Lusa que explicou convenientemente as suas razões aos responsáveis iranianos para a recusa da proposta agradecendo o convite «altamente generoso» que lhe tinha sido feito.

Carlos Queiroz espera a decisão do Tribunal Arbitral do Desporto em relação ao recurso ao castigo de seis meses de suspensão que lhe foi aplicado pela Autoriadade Antidopagem de Portugal (ADoP).

Numa primeira fase, solicitou ao TAS a suspensão desta decisão, cujos efeitos imediatos o impediam de desenvolver qualquer actividade profissional e o tribunal foi sensível aos seus argumentos.

Entretanto, foi apresentado um segundo recurso no TAS para contestar a decisão da ADoP, que assenta na alegação de que Carlos Queiroz perturbou a acção de controlo antidoping levada a efeito no dia 16 de Maio, no estágio da seleção antes do Mundial2010, na Covilhã, no sentido da mesma vir a ser anulada por aquele tribunal, única instância de recurso.