O treinador português Toni, atualmente no Tractor, considera existir uma evolução no futebol praticado pela equipa iraniana, mas lamenta a saída dos portugueses João Vilela e Anselmo.

«Os estrangeiros ajudam a fazer a diferença e, neste momento, só tenho um [o também português Flávio Paixão]», disse o técnico, explicando que no campeonato iraniano são permitidos três estrangeiros.
Durante a semana o técnico reencontrou Manuel José, num jogo em que o Tractor venceu em casa do Persepolis (1-0).

Toni lembra que o futebol no Irão tem menos recursos, nomeadamente o Tractor, uma equipa que no último ano se sagrou vice-campeã do país, mas que não tem mais do que três/quatro épocas de primeira divisão.

Para o treinador português, uma das satisfações é ver a sua equipa, com menos recursos, a apresentar «uma ideia de jogo» e «uma identidade», num campeonato em que segue no sexto lugar, a três pontos do primeiro [o Sepahan].

«[O Tractor] Ganhou aos três candidatos ao título, o Sepahan, o Esteghlal e o Persepolis, que é uma espécie de Benfica de lá, em termos de dimensão de adeptos», referiu Toni.

Com as saídas de jogadores e quando a janela de mercado fecha a 20 de dezembro, Toni questionou a direção em relação aos objetivos do clube iraniano, com os mesmos a apontarem para a vitória no campeonato, na Taça, e a passagem na fase de grupos da Liga dos Campeões Asiáticos.

«Respondi que também queria ter um Ferrari, mas não tenho meios para ter um Ferrari. Se têm meios humanos para esses objetivos aí é importante, porque qualquer um quer ganhar», considerou o treinador.

Para já o técnico encontra-se em Lisboa, num Natal «forçosamente» antecipado, e o regresso ao Irão está ainda previsto antes de 25 de dezembro, data em que o Tractor volta a jogar para o campeonato, no arranque da segunda volta.