A ida de José Mourinho para o Real Madrid parece mesmo uma questão de dias. Ainda sem confirmar, o técnico português, bi-campeão europeu, diz que“sabe bem entrar com o pé direito” no “mítico Santiago Bernabéu” e, sem rodeios, assume “que é um desafio aliciante”.

“É um desafio que praticamente toda a gente dá como perdido, porque é um perfil de clube, de grupo, que não se enquadra muito bem naquilo que é a minha maneira de trabalhar e liderar. Mas para mim é um desafio jogar contra um Barcelona que faz 100 pontos e que é uma super-equipa. Tentar ganhar uma Champions que não se ganha há oito anos é aliciante”, admite.

Mourinho diz que “apenas falta encontrar as pessoas”, as mesmas que já reuniram com Jorge Mendes, seu empresário, e que “as coisas estão praticamente alinhavadas”: “Mas a decisão é minha, não é dele”.

“Agora, se o Santiago Bernabéu vai ser a minha casa por algum tempo, sabe bem entrar com o pé direito e ter a sensação, embora não seja supersticioso, de que as coisas começaram bem e vão acabar bem”, disse o treinador em entrevista à TVI, referindo-se à conquista da Liga dos Campeões, sábado, em Madrid, e à sua mais que certa ida para o banco merengue.

Ronaldo foi um dos que demonstrou apoio ao compatriota, de quem foi “rival” nos anos que ambos passaram em Inglaterra, mas Mourinho, para além do apoio, pede mais do número 9 dos “merengues”,

“O apoio dele quero-o para o ano, com muitos golos, mas agradeço, acho que é normal o apoio. A relação que nos une é ainda pequena, mas é de respeito e de consideração pelo tempo que passámos em Inglaterra, por sabermos que ele é o melhor do Mundo e que eu sou um dos melhores treinadore”, frisou, sem rodeios, deixando antever que aquele que já foi considerado o melhor do Mundo, e é o motor do Real Madrid, vá ser comandado pelo técnico do momento.

No final do encontro de ontem frente ao Bayern de Munique, José Mourinho foi buscar uma bandeira portuguesa, mesmo tendo dito, em conferência de imprensa de antevisão ao jogo, que não representava “todos os portugueses”.

“Tive-a nas mãos e tive com orgulho”, esclareceu, acrescentando uma pequena curiosidade que, a ser verdade, traria bons augúrios para a selecção: “No ano em que fui campeão pelo FC Porto (2004), Portugal chegou à final do Europeu. Pode ser que seja um prenúncio e Portugal consiga fazer um milagre”.

Para José Mourinho, o troféu continua a ser quase inalcançável: “Será muito difcil, há equipas com mais poder, tradição, mas pode ser que esta coincidência bata certo”.

José Mourinho sagrou-se, sábado, campeão europeu pelo Inter de Milão, depois de já o ter feito com o FC Porto em 2004. A próxima morada, apenas à espera de anúncio oficial, será Madrid.