A Gestifute garantiu hoje que o Fisco espanhol tem conhecimento “de todos os bens e receitas” de Cristiano Ronaldo, comprovando-o com a apresentação da documentação endereçada pelo futebolista português do Real Madrid à Agência Tributária espanhola.

“Cristiano Ronaldo comunicou no passado dia 30 de março à Agência Tributária espanhola todos os dados sobre o seu património, tal como se pode comprovar na documentação em anexo. Este procedimento é conhecido como apresentação do modelo 720, pelo que a Agência Tributária espanhola dispõe de todos os dados relativos à situação patrimonial do jogador”, pode ler-se na nota publicada na página oficial da Gestifute.

A empresa do agente Jorge Mendes sublinha que o documento apresentado confirma que “as Finanças têm conhecimento de todos os bens e receitas de Cristiano Ronaldo”.

“Conforme comunicado nos últimos dias, o jogador está ciente das suas obrigações fiscais desde o início da sua carreira profissional, em qualquer dos países nos quais residiu, e não está nem nunca esteve envolvido em nenhum problema com as autoridades fiscais de nenhum país”, prossegue o comunicado.

A Gestifute concluiu a nota lembrando que a apresentação da documentação sobre o património do internacional português, “que não era obrigatória segundo a lei”, constitui “prova irrefutável de que Cristiano Ronaldo e os seus representantes estão de boa-fé e colaboram com as autoridades num espírito de transparência e de cumprimento da legalidade”.

Hoje, o diário espanhol El Mundo noticiou, citando uma fonte do Ministério das Finanças espanhol, que o futebolista português Cristiano Ronaldo está a ser investigado por alegada evasão fiscal há ano e meio.

A mesma fonte confirmou ao jornal espanhol que a investigação decorre “em silêncio e a seu ritmo”, estando em fase “avançada”.

A 02 de dezembro, os membros do European Investigative Collaborations (EIC), que inclui o Expresso e o El Mundo, entre outros, noticiaram que Cristiano Ronaldo evadiu, supostamente, 150 milhões de euros em impostos através de uma sociedade nas Ilhas Virgens.

Segundo o El Mundo, a investigação continua a reunir provas para depois avaliar se há indícios de delitos fiscais, tal como já aconteceu com Ricardo Carvalho, enquanto Fábio Coentrão está também a ser investigado.

Além de Ricardo Carvalho, a justiça espanhola acusou também os antigos jogadores dos ‘merengues’ Xabi Alonso e Ángel Di María, mantendo outra investigação ao antigo avançado do Atlético de Madrid Radamel Falcão.

A informação, que também envolve mais jogadores, entre os quais outro internacional português Pepe, foi colhida a partir de 1.900 gigabytes de documentos a que o referido consórcio europeu teve acesso e sobre os quais trabalharam 60 jornalistas durante mais de sete meses.

De acordo com os documentos, cedidos aos citados OCS pela plataforma digital ‘Football Leaks', são muitas a estrelas do futebol internacional que se esforçam por ocultar os seus rendimentos ao fisco.