O movimento independente encabeçado por Miguel Brás da Cunha divulgou hoje 10 propostas para o Conselho Superior do FC Porto, único órgão social para o qual concorre de novo nas eleições do vice-campeão nacional de futebol.

Em comunicado, a lista “Por um FC Porto maior, unido, insubmisso e eclético” assumiu o compromisso de concretizar a “consagração estatutária do inultrapassável princípio do controlo maioritário da SAD por parte do clube”, sem admitir “cedências ou hesitações”.

Classificando o “nível de endividamento” como o “principal fator de risco para o princípio inegociável do controlo do clube pelos sócios”, o movimento propõe uma estratégia para reduzir essa rubrica, protegendo a “competitividade desportiva e o futuro” dos ‘dragões’.

Outra medida impactante é o “alargamento dos modos e locais de voto” nas Assembleias Gerais do FC Porto, “com garantia absoluta da integridade do processo e do voto livre e secreto”, pugnando pelo “efetivo exercício de direito de voto” a todos os sócios do clube.

A candidatura independente visa ainda aprovar um “plano de crescimento do ecletismo”, assente na distinção entre desporto profissional, com “um crescente número de equipas femininas”, e desporto de lazer/social, que será “universal e aberto a todos os portistas”.

A aprovação de “planos de incentivo” à participação de filiados na vida associativa e nos eventos desportivos, sociais e culturais do clube consta igualmente das perspetivas do movimento liderado por Miguel Brás da Cunha, que exige a “defesa intransigente” do FC Porto como “pilar na luta contra a corrupção no desporto e no combate ao centralismo”.

O programa termina com a “definição dos princípios de participação do clube em projetos de solidariedade social” e o “reforço do papel fundamental” na inclusão de pessoas com deficiência, incentivando a sua prática desportiva e a participação na vida ativa do clube.

O advogado e professor universitário Miguel Brás da Cunha admite que a lista autónoma, que tinha obtido três assentos há quatro anos, ajudou a elevar a “relevância do Conselho Superior para um patamar que jamais havia tido na vida do clube” e participou “sempre e ativamente” em todas as sete reuniões realizadas, “quase o dobro do mandato anterior”.

Em 2020, nas primeiras eleições do FC Porto com mais do que uma candidatura desde 1991, o movimento obteve 1.302 votos (16,12% do total) e atingiu pelo método de Hondt três vagas no Conselho Superior, que integra por inerência a direção de Pinto da Costa e os líderes e os ‘vices’ da Mesa da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal e Disciplinar.

Detentor de 15 mandatos seguidos e dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, Pinto de Costa vai concorrer com André Villas-Boas, antigo treinador da equipa principal de futebol, e o empresário Nuno Lobo, candidato vencido em 2020, à liderança ‘azul e branca’, nas eleições previstas para 27 de abril, no Estádio do Dragão, no Porto.