O Boavista precisa de proatividade ofensiva para travar a invencibilidade do Benfica sob alçada do treinador alemão Roger Schmidt na partida de sábado, da quarta jornada da I Liga de futebol, admitiu hoje o técnico ‘axadrezado’ Petit.
“Neste momento, teremos de ter bola para jogar contra o Benfica, retirá-lo um pouco das suas zonas de pressão e entrar em zonas nas quais poderemos criar perigo. Foi a partir desse contexto que trabalhámos esta semana. Sabemos do favoritismo do Benfica, mas somos o Boavista e queremos discutir o jogo. O pensamento nesta casa passa sempre por trabalhar para conquistar os três pontos”, referiu Petit, em conferência de imprensa.
Depois de terem iniciado o campeonato com triunfos sobre Portimonense (1-0) e Santa Clara (2-1), os ‘axadrezados’ perderam no terreno do Casa Pia (0-2), saindo penalizados com “uma primeira parte de pouca intensidade e completamente diferente da segunda”.
“Analisámos aquilo que não nos correu tão bem, mas trabalhámos da mesma maneira e queremos mostrar uma boa atitude face ao jogo passado. Encontraremos um adversário complicado, que atravessa um bom momento e tem uma mentalidade e forma de jogar completamente diferente da época anterior: pressiona alto, é agressivo no portador da bola, entra muito forte nos primeiros minutos e cria diversas situações de golo”, projetou.
Prevendo um jogo “extremamente difícil”, Petit quer ver o Boavista “com personalidade” para “dificultar ao máximo essa entrada” em campo do Benfica, que segue vitorioso em todas as provas sob o comando de Roger Schmidt, com seis vitórias em outros tantos desafios, e que garantiu esta semana a presença na fase de grupos da Liga dos Campeões.
“É um Benfica com ideias diferentes e um pouco daquilo que apanhei na Alemanha como jogador [ao serviço do Colónia]. O seu treinador gosta de pressão alta e futebol apoiado, constrói muito com os centrais e os médios, coloca muita gente no jogo interior, dá mais profundidade e largura com os laterais e tem algumas permutas interessantes na parte ofensiva. Muitas vezes, o Benfica tem desbloqueado os jogos através das bolas paradas. Respeitando o seu bom momento, queremos voltar às boas exibições e aos pontos”, reiterou.
O treinador do Boavista, que, durante a carreira como médio, saiu do emblema do Bessa para rumar ao Benfica, em 2002, advertiu os ‘encarnados’ para “um estádio difícil”, onde o adversário empatou na última temporada (2-2) e sofreu uma pesada derrota (0-3) em 2020/21.
“Estávamos a perder 2-0 ao intervalo em 2021/22 e disse [aos jogadores do Boavista] que tinham de ter coragem para dar dois passos em frente e começar a pressionar mais alto, já que o Benfica erra na fase de construção. Desse modo, estaríamos mais perto da baliza contrária para fazer golos e chegar ao empate. É isso que queremos amanhã [sábado]: coragem para saber em que momentos devemos pressionar mais alto ou baixar as linhas e ter espaço para podermos transitar ou contra-atacar”, apelou Petit.
O guarda-redes e ‘capitão’ brasileiro Rafael Bracali juntou-se a Ricardo Mangas, Miguel Reisinho, Luís Santos e ao gambiano Yusupha no boletim clínico do Boavista, que, pela segunda semana seguida, estará desfalcado do argelino Yanis Hamache, desta vez por opção técnica, dias depois de ter visto ‘cair’ a sua saída para os ucranianos do Dnipro.
O brasileiro Robson Reis, cuja indisponibilidade aquando do desaire perante o Casa Pia se deveu ao atraso no envio do respetivo certificado internacional para a Liga de clubes, “pode ser opção”, ao passo que o também reforço nigeriano Onyemaechi já foi inscrito.
O Boavista, terceiro colocado, com seis pontos, em três jogos, recebe o Benfica, quarto, com idêntica pontuação, em dois, no sábado, a partir das 18:00, no Estádio do Bessa, no Porto, no 130.º confronto da história entre os dois clubes, a contar para a quarta jornada do campeonato, com arbitragem de João Pinheiro, da Associação de Futebol de Braga.
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