Ricardo Quaresma esteve em destaque no último programa da SIC 'Alta Definição' onde falou de tudo, desde os problemas que teve na infância devido a actos xenófobos na escola a um assalto armado de que foi alvo e que o mudou para sempre.

Em entrevista ao referido programa do canal televisivo de Carnaxide, o extremo português de 34 anos falou do seu percurso enquanto atleta de alta competição e das dificuldades que sentiu ao crescer num bairro onde convivia com os vícios do álcool e da droga.

"Os de fora nunca me preocuparam, preocupam-me mais os de dentro. Não sou pessoa de ligar a jornais ou críticas, nunca precisei disso para saber se joguei bem ou mal. Aquilo que eu passei, os meus filhos não vão passar, nem que eu desse a volta ao mundo. Não vão precisar de viver dentro de um bairro nem de ver muita coisa que eu vi", afirmou Ricardo Quaresma para depois recordar um episódio nos primeiros anos da sua vida em que foi confrontado com a xenofobia.

"Lembro-me que uma vez estávamos na escola e desapareceu um casaco de um colega meu, e os pais de alguns miúdos começaram a dizer 'de certeza que foi o cigano'. E em criança, ouvir isto custa", disse Ricardo Quaresma.

Já em relação a um assalto armado de que foi alvo, Ricardo Quaresma abordou a questão do medo e do autocontrolo em situações de perigo.

"Não é só [a necessidade de] controlar o medo, é também controlares-te a ti, porque tens medo. Por outro lado, tens vontade de partir para a frente. Ainda bem que não reagi, porque se calhar não estava aqui hoje", confessou o internacional português.

Apesar de ter começado a jogar ao mais alto nível no Sporting foi no FC Porto que Ricardo Quaresma conheceu os primeiros êxitos desportivos e o consequente reconhecimento.

"O FC Porto é um clube que eu amo e que respeito para sempre", disse Quaresma, não escondendo, no entanto, a tristeza pela forma como saiu do emblema portista.

Em relação à sua carreira de futebolista, Ricardo Quaresma considerou ainda que o futebol português nem sempre lhe deu o devido valor.

"Acho que em Portugal nunca me deram o devido valor", atirou o futebolista do Besiktas de 34 anos.