Andoni Zubizarreta foi hoje apontado como diretor desportivo pela candidatura de André Villas-Boas às eleições do FC Porto, em 27 de abril, enquanto Jorge Costa, antigo capitão ‘azul e branco’, vai assumir a direção do futebol profissional.

“A excelência na gestão e na operação é crucial para garantir que o FC Porto mantém a sua posição de destaque, quer em Portugal, quer a nível internacional. Ter uma estrutura coesa, inovadora e bem definida é a chave para superar os desafios do futebol moderno”, observou o ex-treinador da equipa de futebol do clube, em sede de campanha, no Porto.

A liderança dessa estrutura está entregue ao antigo guarda-redes internacional espanhol Andoni Zubizarreta, de 62 anos, com quem André Villas-Boas já tinha trabalhado de 2019 a 2020, aquando da sua passagem pelo comando dos franceses do Marselha, último dos sete clubes por si orientados durante pouco mais de uma década como técnico principal.

O dirigente basco está inativo desde que trabalhou como diretor desportivo em França, entre 2016 e 2020, replicando as funções exercidas anteriormente com o Athletic Bilbau (2001-2004) e o FC Barcelona (2010-2015), clubes espanhóis nos quais alinhou como jogador.

“Andoni Zubizarreta distinguiu-se como jogador e é alguém que conhece, estuda e pensa o futebol. Obstinado pelo jogo, mas com plena consciência da importância da construção do atleta e da estrutura que o forma. Vem de uma escola reconhecida por esse trabalho, implementou o seu conhecimento em outros clubes e hoje está aqui, porque se identifica muito com o que somos. Fruto de termos trabalhado juntos, partilhamos a mesma visão para a construção de uma estrutura dinâmica e de cultura desportiva”, frisou Villas-Boas.

Sob sua alçada estarão diretores para as áreas do futebol profissional, da prospeção, da formação, da performance e do futebol feminino, interligadas num modelo organizacional destinado a assegurar uma “visão alargada e uma tomada de decisão mais ágil e eficaz”.

Oito vezes campeão nacional pelo FC Porto, ao serviço do qual se formou e competiu na equipa principal entre 1992 e 2005, o antigo defesa central internacional português Jorge Costa foi escolhido por André Villas-Boas para liderar o futebol profissional dos ‘dragões’.

Vinculado até ao final da época ao AVS, segundo classificado da II Liga, o atual treinador, de 52 anos, conquistou também cinco Taças de Portugal, quatro Supertaças Cândido de Oliveira, uma Liga dos Campeões, uma Taça UEFA ou uma Taça Intercontinental com o clube ‘azul e branco’, tendo sido aplaudido pelo seu perfil “de ser e de respirar FC Porto”.

“Liderança, ensino, gestão de jovens e dos profissionais, acompanhamento, motivação e gestão das equipas profissionais. Todo o teu saber ao serviço do FC Porto. É a casa de onde nunca deverias ter saído e a casa à qual regressarás”, afiançou André Villas-Boas.

Na quarta-feira, dia em que foi revelado o programa eleitoral da lista B, o ex-treinador já tinha indicado para diretor do gabinete de performance Pedro Silva, mestre em treino de alto rendimento, com quem trabalhou durante as experiências no Zenit São Petersburgo (2015/16), da Rússia, no Shanghai SIPG (2017), da China, e em Marselha (2019-2021).

“Assumindo desde logo a sua relevância, a área desportiva foi aquela que começámos a alicerçar desde cedo, estabelecendo o organigrama, que deve ser o pilar de organização de um clube de futebol de elite europeu e respeitador do seu legado, mas que acorda de uma letargia sem precedentes para se refundar na força que outrora tinha”, reconheceu.

As eleições dos órgãos sociais do FC Porto para o quadriénio 2024-2028 são disputadas por três candidaturas, encabeçadas pelo atual presidente ‘azul e branco’, Pinto da Costa (lista A), André Villas-Boas (B) e Nuno Lobo (C), empresário e professor, incluindo ainda uma lista independente ao Conselho Superior comandada por Miguel Brás da Cunha (D).

O ato eleitoral decorre em 27 de abril, das 09:00 até às 20:00, no Estádio do Dragão, no Porto, numa altura em que Pinto da Costa está a cumprir o 15.º mandato seguido, desde 1982, detendo o estatuto de dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial