Decorridos cinco anos desde a morte de Fehér em pleno Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães, nos instantes finais de um jogo da Liga portuguesa, a antiga escola do futebolista na Hungria propôs ao Benfica a criação de um prémio que "perpetuasse" a memória do avançado.

"No quinto aniversário da morte do Miki decidimos estabelecer um prémio, porque queríamos manter a memória, que ele não fosse esquecido. Falámos dos nossos planos ao Benfica, que os aceitou", revelou Ágnes Csobodné, directora-adjunta da escola.

Os primeiros galardoados com o prémio - ambos da escola de Gyor - estão ligados ao fenómeno desportivo: um jovem campeão mundial júnior de tiro em movimento, Laszlo Boros, e um antigo professor de Fehér e também ele futebolista, nos anos 60.

Laszlo Keglovich recorda os anos 60 e o dia em que defrontou o Benfica no antigo Estádio da Luz, pelo Vasas Gyor, mas também o facto de ter sido professor de Fehér, um jovem húngaro "com potencial" para o futebol. "Tenho boas memórias do Miki, de quem fui professor. Era um jogador talentoso", referiu o professor premiado, referindo que regressa terça-feira à Hungria com "boas memórias".

Este ano, ao contrário do que acontecia desde 2005, o Benfica deixou de assinalar, na visita a Guimarães, a morte do seu antigo jogador, com a perspectiva de passar a assinalá-lo e lembrá-lo de outra forma. "Foi assumido que já tinha passado o tempo suficiente para o relembrar dessa forma. Ao invés de recordá-lo pelo local onde morreu, queremos recordá-lo e homenagear pelo que foi em vida", sublinhou o director de comunicação do Benfica, João Gabriel.

O prémio agora instituído permitirá que anualmente um estudante e um professor da escola de Gyor possam visitar Lisboa e acompanhar "mais perto" a vida do Benfica, no seu estádio e no seu centro de estágios.

Miklos Fehér morreu aos 24 anos no final de um jogo em que o Benfica defrontava o Vitória de Guimarães. O jogador não resistiu a uma paragem cardio-respiratória e a sua morte foi confirmada já no hospital.