“Já me chamaram de chulo, como amador, se aceitarmos ser profissionais nem um canto nos perdoam. Por isso digo, se querem um palhaço, paguem. Só aceitarei o rótulo de profissional se me pagarem e respeitarem como tal”, disse Olegário Benquerença, no 1.º Congresso Internacional de Arbitragem a decorrer nas Caldas da Rainha.

O facto de ser uma função amadora, leva a que algumas situações sejam caricatas.
“Há três assistentes a treinarem no parque do Porto, em alcatrão, pois se fossem para o Olival [campo de treinos do FC Porto], era um bruá enorme”, confidenciou.

Olegário Benquerença referiu ainda as diferenças entre o tratamento dado às equipas, salientando o caso da Selecção, e aquele a que os juízes têm direito, no caso das internacionalizações.

“Li que cada jogador da Selecção Nacional terá como prémio de apuramento cerca de 76 mil euros. Se calhar, eu tive de gastar sete mil euros para poder ser apurado. É desagradável num país onde se dão todas as condições às selecções e, ao mesmo tempo, temos uma equipa de arbitragem a viver estes momentos”, defendeu.

Embora defenda a profissionalização, Olegário Benquerença deixou transparecer que não é uma situação a que almeje.