O Sporting esperava que a AM ratificasse o documento, mas não dramatiza a decisão tomada por aquele órgão: "Tanto podiam ter aprovado como tê-la baixado a uma comissão de trabalho, como fizeram", disse à Agência Lusa Mário Patrício, director geral das modalidades do Sporting, para quem o desfecho da sessão acabou por "ser expectável", até em função da recomposição da assembleia decorrente do resultado do último acto eleitoral".

Mário Patrício espera agora que esta deliberação da AM não venha adiar "a concretização de um sonho" dos sportinguistas, mostrando-se optimista em que a comissão dê "luz verde" ao protocolo o mais rapidamente possível:

"Temos a informação de que a comissão irá reunir antes do final do ano", revelou o dirigente "leonino", esperançado em que a situação esteja definida antes do final de 2009.

O citado protocolo entre as duas partes prevê o pagamento por parte da CML ao Sporting de 18 milhões de euros, uma parte em espécie, ou seja, em imóveis, e o valor remanescente em dinheiro, que será pago de forma faseada num prazo máximo de três anos.

Este acordo culminou um longo processo entre as duas partes, depois de um Tribunal Arbitral ter decidido, em Setembro de 2008, que o Sporting tinha direito a 29 mil metros quadrados edificáveis, como sempre alegou, bem como a não obrigatoriedade de o emblema "leonino" ceder terreno para espaços verdes.

Nesse protocolo está previsto um plano de pormenor para o espaço em causa, o que permite a edificação de um pavilhão na zona norte do antigo estádio, com uma área de implantação de 4500 metros quadrados e uma área de construção de uso desportivo de 9000 metros quadrados.

Em contrapartida, o Sporting reconheceu que o valor de compensação desses 9000 metros quadrados é de 3 milhões de euros e cedeu à CML parte da parcela, para utilização como "espaço público verde".

Esses três milhões são assim descontados no valor dos 29 mil metros quadrados, avaliados em 21 milhões de euros, razão pela qual a autarquia terá ainda de pagar ao Sporting os referidos 18 milhões de euros, parte dessa verba paga em imóveis, sob critérios de avaliação ainda por definir, o que esteve na base desta decisão da AM de submeter o acordo ao parecer de uma comissão urbanística.

O teor do protocolo prevê que cabe à CML apresentar a lista de imóveis a ceder, bem como a avaliação dos mesmos, podendo o Sporting aceitar ou não, sendo que, em caso de desacordo, haverá uma terceira entidade, uma empresa, que terá a responsabilidade de fazer a avaliação final.

O atraso na ratificação do protocolo surge numa altura delicada para o Sporting, que pretende ir ao mercado na reabertura das inscrições de jogadores, em Janeiro de 2010, no sentido de reforçar a equipa de futebol com o aval técnico do treinador Carlos Carvalhal.