A garantia foi hoje dada por Joaquim Peralta, director-geral da Pluripar, o grupo empresarial que detém, a 100 por cento, o capital social da Ventos de Negócio.

“O processo teve origem na dívida de um imposto de transacções de imóveis que não tinha sido pago em tempo oportuno, mas que entretanto já foi liquidado, pelo que não haverá lugar à venda do direito de superfície dos terrenos do estádio do Bonfim”, disse.

As declarações de Joaquim Peralta confirmam a informação dada hoje pelo Ministério das Finanças, que adiantou à Lusa não haver lugar à abertura de propostas (de aquisição do direito de superfície dos terrenos do estádio do Bonfim), que estava prevista, para as 10:00 de quarta-feira.

“Não se irá proceder à abertura das propostas uma vez que ocorreu um acto tributário por parte do contribuinte devedor que justifica a interrupção do processo de venda anteriormente em curso”, informou o Ministério das Finanças.

O prazo de entrega terminou esta terça-feira, às 16:00, mas, face à interrupção do processo, o Ministério das Finanças não revelou se tinha dado entrada na Direcção-geral de Impostos alguma proposta de aquisição.

O Vitória de Setúbal vendeu o direito de superfície do estádio do Bonfim à empresa Ventos de Negócio no âmbito de um conjunto de compromissos assumidos com a autarquia e com o grupo Pluripar.

A Pluripar, na qual a Sociedade Lusa de Negócios (SLN) tem uma participação de 50 por cento, é a promotora do empreendimento urbanístico do Vale da Rosa, para onde está prevista a construção de cerca de 7.000 fogos, zonas comerciais e um estádio municipal.

A autarquia comprometeu-se, entretanto, a ceder o futuro estádio municipal ao Vitória de Setúbal e a aprovar um Plano de Pormenor para a zona do Bonfim, de forma a requalificar aquela zona da cidade e a permitir ao clube a realização de mais-valias.

Foi neste quadro que a Ventos de Negócio Empreendimentos e Investimentos Imobiliários Lda., adquiriu os direitos sobre os terrenos do actual Estádio do Bonfim, mediante o pagamento de uma renda anual de cerca de 750.000 euros ao clube sadino, durante um período de 90 anos.

O acordo celebrado entre a Pluripar e o Vitória de Setúbal estabelece que o clube só terá de deixar o actual Estádio do Bonfim quando lhe for entregue o futuro recinto municipal.