“O que me condiciona neste momento tem a ver com o suporte de ordem financeira. É só esse pressuposto que não está totalmente definido, mas se o conseguir, avançarei”, frisou Pedro Xavier.

Segundo o dirigente vitoriano, que protagonizou neste mandato alguns “choques” com o presidente Emílio Macedo da Silva, a decisão será tomada “até ao final do mês, no máximo até à primeira semana de Fevereiro”, e caso avance, não haverá retorno, garantiu.

Admitindo estar “mais inclinado” para avançar do que há umas semanas, Xavier lembrou ainda que já anseia “por essa possibilidade há muito tempo: sou dirigente do Vitória há 21 anos, mas tenho os pés bem assentes na terra e só avançarei se sentir que será para o bem do clube”.

Enquanto presidente da AG cabe-lhe a coordenação e execução das eleições, sendo que se for candidato à presidência da direcção terá que suspender o mandato e o processo passa a ser conduzido pelo vice-presidente.

Pedro Xavier revelou ainda que vai formalizar um pedido, feito já “informalmente” à direcção, para que lhe faculte os elementos sobre a “real situação financeira do clube”, para, depois, fornecê-los a todos os candidatos.

“Não quero que os candidatos sejam surpreendidos por alguma situação menos agradável, porque há compromissos importantes que podem ditar até a exclusão de competições, nomeadamente o pagamento de impostos ou salários”, explicou.

As eleições terão então lugar a 20 de Março, um sábado, entre as 09:00 e as 19:00, sendo que o prazo para entrega das listas termina 30 dias antes.

No dia seguinte, realiza-se a final da Taça da Liga em futebol, mas face à “improbabilidade” do Vitória estar presente nesse jogo, dados os resultados alcançados até ao momento na prova, Pedro Xavier decidiu-se por essa data.

Candidaturas oficiais, para já, não existem, nem uma já propalada recandidatura de Emílio Macedo da Silva, com quem a Agência Lusa tentou falar, sem sucesso, nem a de Manuel Pinto Brasil, empresário vimaranense, que manifestou vontade em ir a votos, mas esteve incontactável.

Na blogosfera (umvitoriamelhor.blogspot.com), surgiu recentemente uma proposta de um sócio para criar um movimento tendo em vista formar uma lista candidata.

Numa carta aberta aos vitorianos, o seu promotor, Miguel Ângelo Silva, explicou que não se considera “cabeça-de-lista”, antes o coordenador desse eventual movimento.

“Acredito na mudança do modelo de gestão. É uma luta difícil tentar convencer os vitorianos de que a gestão não tem necessariamente de estar dependente de empresários estabelecidos”, aponta.

A ideia passa por angariar sócios que “despertem para a necessidade de ter elementos na direcção do clube que estejam isentos dos interesses pessoais que determinados empresários possam ter na gestão do Vitória”.

O presidente da AG revelou ainda que Manuel Soares, vice-presidente do Vitória de Guimarães para a área do património, pediu a demissão do cargo numa carta que lhe entregou quarta-feira.

Na missiva, Manuel Soares, que entrou para a direcção em Abril do ano passado substituindo Manuel Almeida, também ele demissionário e em rota de colisão com Macedo da Silva, justificou a sua demissão com divergências com a gestão.

Agora, cabe à direcção decidir a substituição do vice-presidente, mas estando o próximo acto eleitoral tão próximo é provável que isso não aconteça.