"Os DIAP [Departamentos de Investigação e Acção Penal] têm muito poucos meios técnicos para questões dessas. Aliás, questões dessas são dificílimas em todo o Mundo. Vai ser muito difícil descobrir quem é que pôs isso", referiu o procurador-geral, à saída de uma reunião com os magistrados do Ministério Público da Comarca do Baixo Vouga.

Pinto Monteiro adiantou que fez o que lhe competia como procurador-geral, que foi participar ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa a existência de escutas colocadas ilegalmente na Internet.

Segundo o procurador, a última comunicação que recebeu dava conta que "estavam a analisar se era competente o DIAP de Lisboa ou o DIAP do Porto".

Na passada semana, Pinto Monteiro anunciou numa nota enviada às redacções que iria mandar abrir inquérito depois de ter tido conhecimento de que as conversas entre Pinto da Costa, presidente do Futebol Clube do Porto, e outros intervenientes nos processos tinham sido colocadas no "YouTube", um site de divulgação áudio e vídeo de acesso livre.

As escutas a Jorge Nuno Pinto da Costa pertencem a processos conexos ao Apito Dourado, no âmbito dos quais o dirigente portista foi ilibado em tribunal.

O Código do Processo Penal refere que a divulgação dos conteúdos das escutas só pode efectuar-se com autorização da pessoa nelas visada, mesmo depois de os processos terem transitado em julgado e não estarem mais sob segredo de justiça.

O processo Apito Dourado teve na sua origem suspeitas de corrupção e tráfico de influências no futebol profissional português e na arbitragem.