Em declarações à imprensa belga, o juiz de instrução Philippe Richard, responsável pelo dossier, confirmou que "foi aberta uma investigação a Luciano D'Onofrio em 2004, por suspeitas de branqueamento de dinheiro, falsificação e uso de falsificação, assim como abuso de bens sociais", que já levou a várias buscas, incluindo em Lisboa.

O juiz confirmou que, cumprindo uma carta rogatória da justiça belga, membros da secção financeira da polícia judiciária federal belga juntaram-se hoje a elementos da polícia portuguesa nas buscas realizadas na sede da SAD do FC Porto, "à procura de qualquer documento útil para a instrução do dossier".

O responsável pelo inquérito revelou que, no quadro da investigação, foram já realizadas diversas buscas, designadamente em Lisboa, Madrid, Barcelona, França e em Hamburgo, Alemanha.

"Nesta fase do inquérito, ainda não qualquer inculpação", precisou.

Na tarde de hoje, a Polícia Judiciária já desligara o FC Porto dos crimes que levaram a buscas nos escritórios da sua SAD, afirmando que o alvo era um cidadão belga suspeito de crimes fiscais, sem confirmar todavia tratar-se do antigo empresário italo-belga Luciano D'Onofrio.

Contactado pela Lusa, o próprio D'Onofrio disse desconhecer qualquer investigação sobre alegada fraude fiscal relativa a transferências de jogadores.

No entanto, também em declarações à Lusa, Gil Moreira dos Santos, o advogado do presidente do FC Porto, já indicara que o alvo da investigação belga que conduziu a estas buscas era Luciano D'Onofrio, que trabalhou com os "dragões" na década de 90 enquanto empresário de futebolistas.