"Vamos estar no Casino Estoril, às 19:00, na Gala do Benfica e vamos distribuir cartões vermelhos com dizeres alusivos ao despedimento colectivo dos trabalhadores, por acharmos que a decisão é um acto de imoralidade", disse à agência Lusa o dirigente do sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria e Turismo, Clemente Alves.

A cerimónia comemorativa do 106.º aniversário da fundação do Benfica vai realizar-se no salão Preto e Prata do Casino Estoril, junto ao qual os trabalhadores se juntarão levando tarjas e panos com frases relacionadas com o despedimento.

O dirigente sindical disse à agência Lusa que os trabalhadores querem que esta acção seja "um acto mediático" para chamar a atenção para o que consideram ser "uma imoralidade" por parte da administração da empresa Estoril Sol.

"É uma empresa que tem muitos milhões de euros de lucros e vai despedir trabalhadores [113 de acordo com a Estoril Sol], destruindo as expectativas de vida destes e das suas famílias", justificou.

O dirigente sindical referiu também que todos os trabalhadores e as suas famílias vão entregar, às 15:00, na sexta-feira, uma providência cautelar no Tribunal do Trabalho de Cascais para impedir o despedimento colectivo.

Para reforçar a contestação dos 113 trabalhadores visados pelos processos de despedimento, serão exibidos junto ao Casino Estoril cartazes onde se critica a política de recursos humanos da empresa "numa altura em que a Estoril-Sol apresenta avultados lucros", garantiu Clemente Alves.

Os manifestantes vestirão camisolas negras, onde se inscreve a frase 'Eu também sou dos 113', numa alusão ao número de trabalhadores que a administração pretende despedir.

As cartas de despedimento de 113 trabalhadores do Casino do Estoril começaram a ser distribuídas a 11 de Fevereiro, dia em que a Comissão de Trabalhadores decidiu avançar com a providência cautelar contra a Estoril-Sol numa tentativa de bloquear o processo.

A Estoril-Sol anunciou no início de Janeiro o despedimento colectivo de 113 trabalhadores do Casino Estoril, para assegurar a "sobrevivência da empresa", que teve uma quebra de receitas de 30 milhões de euros nos últimos dois anos.