Os responsáveis de três agências de meios e publicidade são unânimes a desvalorizar o impacto desta menor exposição das marcas que patrocinam os ‘três grandes’ do futebol português e defendem que a projecção do futebol atenua ou anula mesmo o risco de perdas dos investimentos das empresas patrocinadoras.

Para Manuel Falcão, director geral da Nova Expansão, estas actuais limitações impostas por FC Porto, Sporting e Benfica “poderão ter um impacto muito residual, até porque a visibilidade de uma marca numa conferência de imprensa não pode ser encarada como o essencial do patrocínio”.

“Pode ser desagradável”, admite Manuel Falcão à Agência Lusa, “mas não tem nenhum impacto negativo”.

O director geral da Nova Expansão também reconhece que “é difícil quantificar” em valores as eventuais perdas dos patrocinadores com este panorama, mas insiste que o essencial dos investimentos “está nas camisolas, nos estádios e em toda a activação que determinada marca faz na modalidade”.

Luís Mergulhão, presidente da Omnicom Media Group, vai ainda mais longe e assume que mesmo os ‘blackouts’ informativos, como sucede actualmente com o Sporting, “podem servir de táctica comercial e de marketing”.

“Fazem-no porque percebem que conseguem criar mais ansiedade e atenção dos media. Ao mesmo tempo, correm menos riscos de dizerem coisas erradas nas conferências que antecipam os jogos. Sabe-se sempre o resultado depois do jogo, nunca antes”, ironiza Luís Mergulhão.

Mesmo com as actuais limitações, Luís Mergulhão considera que o espaço concedido pelos media, e a inerente visibilidade das marcas, que continuarão a “retirar dividendos” desse acompanhamento”, “será sempre o mesmo, quer haja ou não conferências de imprensa”.

O presidente da Omnicom Media Group acredita mesmo que os ‘três grandes’ funcionam por arrastamento. Ou seja, acabam por seguir o mesmo caminho sempre que um deles toma opções neste âmbito.

“Nada acontece por acaso. Estes três clubes são geridos actualmente por equipas altamente profissionalizadas. Tudo é pensado e avaliado. Sabem que essas decisões têm mais impacto se todos fizerem o mesmo. Acaba por haver um ‘interesse comum’”, avalia.

Carlos Coelho, presidente da Ivity Brand Corp, alinha pela mesma opinião, minorando eventuais prejuízos das empresas que deixam de aparecer tanto com as limitações das conferências de imprensa.

“Pode haver efectivamente uma perda, é um facto. Mas a exposição do futebol é tão grande, por vezes em demasia, que o impacto dos ‘blackouts’ é pequeno, ou quase insignificante”, defende.

Para Carlos Coelho, há mesmo um excesso de mediatização do futebol, ao ponto de algumas transmissões televisivas serem “ridículas”, com, por exemplo “a cobertura que se pode dar a um jogador a mudar a meia”.

“Uma estrela de cinema, por exemplo, ganha muito mais impacto se gerir, e limitar, as vezes que aparece. No futebol, estão sempre disponíveis”, diz o presidente da Ivity Brand Corp.