"O major Valentim Loureiro [presidente da Assembleia Geral da Liga] tem de convocar uma assembleia geral extraordinária para debater a situação criada com a demissão de Hermínio Loureiro e a ilegalidade dos estatutos da Liga", disse Rui Alves.

Em relação à renúncia do presidente da Liga, o presidente do Nacional é contundente: "Devia ter-se demitido após a sua vitória eleitoral para a Câmara de Oliveira de Azeméis (CMOA), porque deixou de estar focado nos interesses da Liga que devia defender".

Para Rui Alves, a renúncia de Hermínio Loureiro justifica-se, também, pelo facto de ter "suportado as decisões insensatas do presidente da Comissão Disciplinar (CD) da Liga", o qual foi uma "escolha sua", e cujas decisões tiveram "quase sempre dois pesos e duas medidas", algumas delas só possíveis "numa mente perturbada".

Quanto à decisão do Conselho de Justiça (CJ) da FPF, que alterou os castigos aplicados a Sapunaru e Hulk pela CD da Liga, não se sentiu habilitado para o fazer, mas referiu que aquela provinha de "instância de recurso superior que lhe merece mais crédito e confiança".

"Tive logo a percepção que os castigos aplicados aos jogadores do FC Porto foram exagerados. Tentar converter um "steward" num agente desportivo para aplicação dos regulamentos é, no mínimo, estranho", observou o candidato à presidência da Liga, que levanta outra interrogação.

Para Rui Alves não faz sentido que um "steward" seja equiparado a um árbitro, em termos de procedimento disciplinar, numa situação de agressão.

De resto, é de opinião que os "stewards" "não deveriam ser autorizados a permanecer nos túneis", onde só deveriam estar os "delegados da Liga e as forças de segurança e nunca entidades privadas", cujas motivações "podem ser parciais".

O presidente do Nacional volta a "assestar baterias" a Hermínio Loureiro: "Como presidente da CMOA, se for alvo de um processo judicial indemnizatório por ter cometido actos danosos, será pessoalmente responsabilizado por isso".

No entanto, enquanto presidente da Liga, "está salvaguardado, tal como o presidente da CD", Ricardo Costa, apesar das "decisões estapafúrdias que tem tomado", acrescentou.

Quanto aos actuais estatutos da Liga, Rui Alves considera-os "ilegais" por não se conformarem com a "Lei de Bases do Sistema Desportivo e o novo regime jurídico das federações" e que permitem que "o presidente caia e os outros órgãos se mantenham em funções".

"O que vai acontecer no imediato à Liga é passar a ser dirigida pela directora-executiva, Andreia Couto, a qual a nível de "competência e independência, quer política quer económica, me inspira muito mais confiança do que Hermínio Loureiro", disse Rui Alves, para quem o actual presidente pretende "manter as mesmas pessoas na Liga através da candidatura de Fernando Gomes".